«Intensificar a acção reivindicativa nas empresas, pelo aumento dos salários e pela valorização das carreiras e pela eliminação das discriminações». A decisão de avançar com acções de luta nas empresas do Sector de Fabricação de Material Eléctrico e Electrónico (FMEE) foi tomada na Assembleia de Delegados Sindicais, realizada na Marinha Grande, que contou com a participação de mais de 30 representantes dos trabalhadores.
Os trabalhadores da Faurécia, localizada em Bragança, estão hoje em greve em busca por um aumento salarial justo e realizaram também uma concentração à porta da empresa durante a manhã. A decisão de realizar a greve foi tomada em plenário no passado dia 23 de Maio depois da direção da fábrica e a administração da Faurécia ignorarem as justas reivindicações dos trabalhadores. Um dos principais pontos do Caderno Reivindicativo apresentado pela Comissão Sindical do SITE Norte era a exigência de um aumento salarial justo e a valorização das carreiras profissionais. Segundo o comunicado da Fiequimetal é importante ressaltar que, embora a empresa tenha registrado lucros líquidos no valor de 47 milhões de euros entre 2019 e 2021, a grande maioria dos trabalhadores ainda recebe o salário mínimo. A Faurécia de Bragança é a empresa do Grupo Faurecia em Portugal que obteve os melhores resultados, mas os seus trabalhadores são os mais mal remunerados. Diante das justas reivindicações dos trabalhadores, a resposta da direção da Faurécia mais uma vez foi atacar a luta, tentando dissuadir os trabalhadores de aderir à greve com a passagem de uma mensagem nos televisores internos do local de trabalho que insinuava que aqueles que participassem na greve estariam a colocar em risco o bem-estar das suas famílias e colocavam em risco os seus empregos. O SITE Norte, sindicato que representa os trabalhadores, informou a ACT sobre essa situação, exigindo sua intervenção para garantir os direitos dos trabalhadores. A greve em andamento na Faurécia reflete a determinação dos trabalhadores em buscar um aumento salarial justo. Considerando os lucros expressivos da empresa e a disparidade salarial existente, espera-se que as reivindicações sejam ouvidas e atendidas, visando alcançar uma maior justiça social dentro da empresa e melhores condições de vida para todos os trabalhadores envolvidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Greve na Faurécia por um aumento justo do salário
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Na reunião, os delegados do SITE Norte, SITE Centro-Norte, SITE CSRA e SIESI, sindicatos da CGTP-IN, definiram a «matriz para a elaboração das propostas reivindicativas unificadoras dos trabalhadores em todo o sector». Este trabalhadores «têm contribuído para os lucros de milhões e milhões de euros, em multinacionais líderes na fabricação de componentes e equipamentos tecnológicos de ponta», sem que um único cêntimo se tenha reflectido nos seus salários.
Existe um «bloqueio patronal», afirmam os sindicalistas, que «impede a negociação de um verdadeiro contrato colectivo de trabalho, para nivelar por cima os salários e os direitos». O que as lutas dos últimos anos demonstam, com várias vitórias de muito importância (nomeadamente a valorização das carreiras e o aumento do valor das diuturnidades), é que a acção reivindicativa é indispensável para alcançar qualquer conquista.
Assim, durante as próximas semanas, de Norte a Sul do País, os sindicatos da CGTP-IN do sector da FMEE vão realizar plenários com trabalhadores em várias empresas para «discutir e aprovar os conteúdos dos cadernos reivindicativos a apresentar às administrações das empresas», dando início ao processo de luta.
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