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Despedimento colectivo na Global Media continua a fazer mossa

Depois da TSF, também as direcções do JN e d'O Jogo apresentaram a demissão devido à degradação das condições face às medidas anunciadas pela Global Media, que pretende despedir até 200 trabalhadores.

Créditos / Forbes Portugal

O Conselho de Redacção do Jornal de Notícias (JN) sublinha, num comunicado divulgado hoje, que a tomada de posição conjunta dos directores daquele título foi recebida com «grande consternação», sendo entendida como um «sinal inequívoco de que esta redacção e quem a lidera não aceitam que se possa denegrir publicamente um jornal, os seus leitores e até uma região e um país».

A constante degradação das condições funcionais, tecnológicas e institucionais de exercício de funções sustentou a decisão tomada esta quinta-feira pela direcção, que se mantém em funções até que seja nomeada outra equipa.

As medidas anunciadas e em preparação para o JN e as suas revistas e suplementos tornaram, assinala o Conselho de Redacção (CR), «por demais evidente o desalinhamento estratégico», tendo conduzido à demissão de directora Inês Cardoso e dos directores-adjuntos Pedro Ivo Carvalho, Manuel Molinos e Rafael Barbosa, e ainda ao director de Arte, Pedro Pimentel.

O CR enaltece «o esforço e a forma empenhada como a Direcção do JN aguentou o jornal nos tumultuosos tempos» que atravessam juntos, «particularmente difíceis nos últimos meses, tentando fazer o melhor jornal todos os dias, independentemente dos meios e vontades», e agradece o trabalho «em defesa de um jornal que não é de quem o faz, mas de quem o compra - e foram mais de 23 mil em Outubro - e de quem o lê, cerca de 400 mil, todos os dias, entre papel e online, que lideramos em Portugal».

É por eles, leitores, acrescentam, que a redacção do JN vai continuar a trabalhar, fazendo o melhor jornal que conseguir, ainda que sob a ameaça de vir a perder 40 jornalistas, cerca de metade do quadro redactorial atual.

A demissão do director do desportivo O Jogo, Vítor Santos, e do director-adjunto Jorge Maia foi também comunicada hoje ao Conselho de Redação daquele jornal, que refere que a decisão se sustentou «na degradação das condições tecnológicas, funcionais e de recursos humanos, relevando uma vez mais o esforço e sacrifício de todos os jornalistas» para garantir o bom desempenho de O Jogo em todas as plataformas. Os mesmos profissionais, que, acrescenta, «têm sido duramente afectados nos últimos tempos por uma série de decisões e comunicações, com impacto profundo nas respectivas famílias».

Em reacção ao anunciado plano do Global Media Group, que prevê um despedimento colectivo que pode atingir 150 a 200 trabalhadores, e ao programa em curso de «rescisões por mútuo acordo» para trabalhadores até aos 61 anos, Frederico Bártolo, jornalista do jornal O Jogo e delegado sindical do Sindicato dos Jornalistas, admitiu recentemente numa entrevista ao AbrilAbril a existência de «problemas graves» que se ligam à crescente precarização. Publicações como «O JogoDiário de Notícias, TSF e Jornal de Notícias e as restantes, debatem-se todos os dias com uma lógica de falta de pessoas suficientes para conseguirem entregar o projecto que têm em mãos que é um produto diário», denunciou.

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