O Papa Francisco acusou Israel de conduzir uma guerra terrorista em Gaza, na sequência da morte de duas refugiadas cristãs, abatidas por um atirador especial (sniper) do exército sionista no interior do recinto da Paróquia da Sagrada Família, em Gaza, noticia a Reuters.
As palavras de Francisco foram proferidas durante a bênção semanal no passado domingo. O Papa não só condenou as acções dos militares israelitas como fez questão de sublinhar não haver quaisquer combatentes no interior dos estabelecimentos católicos na Faixa de Gaza, onde apenas permanecem civis.
«Continuo a receber notícias muito graves e dolorosas de Gaza», afirmou. «Civis desarmados são alvo de bombardeamentos e fuzilamentos. E isto acontece até no interior do complexo da Sagrada Família, onde não há terroristas, mas famílias crianças, doentes e incapacitados, freiras», sublinhou Francisco.
O Papa, que fez questão de referir os nomes de Nahida Khalil Anton e a sua filha Samar – as duas mulheres assassinadas pelos sionistas quando se deslocavam da igreja para um convento de freiras, no recinto da Sagrada Família –, criticou também os disparos efectuados por tanques israelitas sobre o convento de freiras fundado pela Madre Teresa de Calcutá.
«Alguns diriam que “Isto é a guerra. Isto é terrorismo”. Sim, isto é a guerra, isto é terrorismo», afirmou Francisco.
Em Israel, o MNE «está a analisar» e os militares negam a evidência
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, segundo a Reuters, declarou que o incidente estava a ser analisado e que não tinha um comentário imediato a fazer às palavras do Papa.
Uma fonte militar israelita assumiu uma posição diferente: o exército de Israel «apenas tem por alvos terroristas e infra-estruturas do terror e não tem por alvo civis seja de que religião for».
Tendo em conta a evidência dos crimes reiterada e deliberadamente cometidos contra civis pelos militares sionistas, tal posição carece de qualquer credibilidade.
Não é a primeira crítica do Papa ao genocídio em Gaza
Os comentários de Francisco este domingo foram a segunda vez, em menos de um mês, em que o Papa usou a palavra «terrorismo» para classificar a guerra conduzida por Israel em Gaza.
Em 22 de Novembro passado, ao receber – separadamente – os familiares de reféns israelitas nas mãos do Hamas e palestinianos cujas famílias estão em Gaza, Francisco afirmou «Isto é o que as guerras causam. Mas aqui estamos para lá das guerras. Isto não é uma guerra. Isto é terrorismo».
«Grupos judeus», afirma a Reuters, têm-se manifestado insatisfeitos com as declarações do Papa Francisco sobre o «terrorismo» na guerra conduzida por Israel em Gaza contra a população palestiniana.
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