A administração da Redes Energéticas Nacionais (REN), empresa portuguesa responsável pela gestão do sistema eléctrico nacional e do sistema nacional de gás natural (privatizada), marcou um reunião negocial com a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP) e os sindicatos que a compõem, para o dia 22 de Fevereiro.
A administração do Grupo REN remeteu para Janeiro o início da negociação dos aumentos salariais dos trabalhadores, mas antecipou o pagamento aos accionistas de aproximadamente 43 milhões de euros. A denúncia é feita pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas e Eléctricas (Fiequimetal/CGTP-IN), que protesta pelo facto de a administração do grupo REN ter decidido adiantar os dividendos aos accionistas, enquanto remeteu «para Janeiro a negociação salarial», adiando a resposta à proposta de um aumento imediato de 200 euros por trabalhador. Esta reivindicação, segundo os sindicatos, «vai ao encontro do que já fizeram outras grandes empresas portuguesas com lucros inferiores à REN», que obteve em 2021 um lucro superior a 91 milhões de euros. Entretanto, só nos primeiros nove meses de 2022 o lucro já «ultrapassou os 81 milhões, ou seja, um aumento de 19,1 por cento relativamente ao mesmo período do ano anterior». A Fiequimetal considera que a REN tem perfeitas condições para «ajudar os seus trabalhadores a enfrentarem» o aumento desmesurado do custo de vida que se verificou este ano, os mesmos «trabalhadores que geraram a riqueza que lhes permite distribuir esses dividendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Grupo REN paga dividendos aos accionistas e adia aumentos salariais
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A empresa, que nos primeiros 9 meses do ano de 2023 teve um aumento de lucros na ordem dos 18,2% (para os 96,2 milhões de euros), recusou-se a aceitar qualquer tipo de aumentos salariais até os sindicatos convocarem um plenário de trabalhadores para dia o 19 de Fevereiro.
A 14 de Fevereiro, a Fiequimetal, em comunicado, denunciava uma administração que, basicamente, se estava a «"fingir de morta", ignorando a obrigação constitucional e legal de respeitar o direito à negociação da tabela salarial e outras reivindicações».
De um momento para o outro, a ameaça de luta na empresa, que bloquearia a laboração, alterou rapidamente a postura da administração. Até esse momento, e desde a proposta inicial apresentada a 6 de Dezembro de 2023, qualquer tipo de contacto por parte dos sindicatos era ignorado, agora, a empresa apressa-se a convocar negociações.
Por enquanto, os sindicatos reagendaram o plenário para o dia 28 de Fevereiro, permitindo assim que os trabalhadores tenham conhecimento, o mais cedo possível, das propostas da REN, que a Fiequimetal conta sejam «valores que permitam um desenvolvimento rápido da negociação».
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