|País Basco

Trabalhadores contra a política de desindustrialização nas comarcas biscainhas

Centenas de pessoas manifestaram-se este domingo, em Sestao, contra a estratégia de destruição do tecido industrial, a troco do crescimento das grandes superfícies comerciais e da precariedade.

Centenas de pessoas manifestaram-se em Sestao (Biscaia), este domingo, contra a estratégia neoliberal, concebida por PNV e PSOE, de destruição do tecido industrial e de implementação de um modeleo de precariedade e baixos salários sobretudo ligado ao sector dos serviços 
Créditos / @LEzkerraldea

A mobilização foi uma iniciativa do sindicato LAB, com o intuito fundamental de reclamar condições de trabalho e salários dignos para os trabalhadores das comarcas biscainhas de Ezkerraldea e Meatzaldea, na margem esquerda da Ria de Bilbau.

Ao longo da manifestação, centenas de pessoas denunciaram a estratégia neoliberal, implementada por PNV e PSOE, de destruição do tecido industrial em ambas as comarcas, onde, à medida que as fábricas e os estaleiros se iam desmantelando, se desenvolveu o sector dos serviços, sobretudo nas grandes superfícies da logística e do armazenamento.

Os trabalhadores, refere o LAB no seu portal, lembraram que essa política se concretizou com a deslocalização de empresas, encerramentos e despedimentos colectivos.

O seu custo em ambas as comarcas biscainhas foi a destruição de milhares de postos de trabalho nas últimas décadas e o aprofundamento da precariedade, sobretudo por via de subcontratações e recurso a empresas de trabalho temporário (ETT), denunciaram.

Para contrariar o actual cenário, o sindicato LAB considera que a resposta reside na «organização e luta» dos trabalhadores / @LEzkerraldea

A proliferação do trabalho precário e do modelo de baixos salários, afirmaram, está ligada ao aparecimento dos grandes centros comerciais, que nasceram como cogumelos (Max Center, MegaPark, Amazon, Costco, etc.).

Para contrariar este cenário em ambas as comarcas, defender o emprego e vidas com dignidade, o sindicato LAB considera que a resposta reside na «organização e luta» dos trabalhadores.

«Querem-nos atomizados, dispersos, isolados, desesperados, e que não acreditemos na capacidade da classe trabalhadora para transformar a realidade», alertou o LAB, que defende a distribuição da riqueza e a criação de empregos dignos para as camadas populares, de modo a perspectivar um futuro em que «não estejamos condenados à precariedade».

Para tal, a organização sindical diz que faz falta «vontade política» e o reforço da luta organizada dos trabalhadores, que devem colocar limites às imposições do patronato, valorizar a negociação colectiva e exigir um plano estratégico integral para Ezkerraldea e Meatzaldea, com medidas concretas para valorizar as condições de trabalho e de vida.

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