Do dia 4 até à manhã do dia 8 de Junho os trabalhadores da Somincor — Sociedade Mineira de Neves-Corvo estarão em greve. A paralisação de pouco mais de três dias pretende dar visibilidade à insatisfação dos trabalhadores com as propostas de actualização dos salários divulgadas pela empresa.
A empresa canadiana Lundin Mining estará a avaliar a venda da mina de cobre e zinco, em Castro Verde (Beja), uma das maiores empregadoras do Baixo Alentejo, por mil milhões de euros. As notícias vindas a público recentemente, a partir de uma nota da Bloomberg, levaram a bancada comunista na Assembleia da República a questionar o Governo, através do ministro da Economia, sobre que medidas vai tomar para defender os interesses dos trabalhadores e do País. A mina de Neves-Corvo é explorada pela Somincor, sociedade que chegou a ter uma participação do Estado, mas foi vendida há vários anos a investidores internacionais. Aquela que é uma das maiores empregadoras do Baixo Alentejo, com mais de dois mil postos de trabalho, produziu, no segundo trimestre do ano, 7,9 milhões de toneladas de cobre e 20,6 milhões de toneladas de zinco. Neste sentido, o PCP quer saber que medidas tomou o Executivo de António Costa no sentido de conhecer as intenções da Lundin Mining, proprietária da Somincor. Segundo a Bloomberg, a empresa canadiana, que também controla minas na Suécia, EUA, Chile e Brasil, dedicadas à mineração de cobre, zinco e níquel, já terá contactado potenciais consultores para a operação, ao mesmo tempo que explora várias opções para a mina de Castro Verde. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
Que futuro para a mina de Neves-Corvo?
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A última greve, de 26 de Março, demonstrou a amplitude desta insatisfação, registando-se forte adesão. A presença da GNR durante toda a duração da greve e a grande quantidade de serviços mínimos foram, segundo o sindicato, algumas das «tentativas patronais de conter a luta e limitar os seus resultados», afirma o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM/CGTP-IN) numa nota que enfatiza também que «trabalhadores não se deixaram intimidar».
A luta continua com o fôlego dos trabalhadores esclarecidos e motivados pela implementação do Caderno Reivindicativo. Nesta, entre várias reivindicações, exige-se o aumento do Salário Mínimo Nacional de 150 euros; ajustes nos subsídios de trabalho longo, de alimentação, de habitação e outros; apoio para o combustível em 0,36 euros/km, pois não há transportes públicos para a empresa; 25 dias de férias para todos os trabalhadores; melhorias no seguro de saúde com a eliminação de qualquer franquia.
A administração da Somincor, que não tem ido ao encontro das reivindicações, tenta invocar dificuldades financeiras para não dar resposta aos trabalhadores — o que não tem impedido a realização de «investimentos em outras áreas, como a aquisição de viaturas de luxo». Contudo, o STIM relembra que em anos anteriores os bons resultados não garantiram voluntariamente a valorização dos salários dos trabalhadores.
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