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O destino do pescador não deve ser morrer no mar

Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Centro emitiu uma nota de solidariedade com as vítimas e os familiares do naufrágio em Leirosa e denunciou as condições de precariedade do sector.

CréditosLuís Forra / Agência LUSA

O naufrágio da embarcação de pesca Virgem Dolorosa no passado 3 de Julho trouxe à superfície «declarações de responsáveis políticos sobre a importância da pesca e dos pescadores», como afirma o Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Centro (STPC/CGTP-IN) num comunicado.

No entanto, este sector não tem recebido a esperada atenção, sofrendo sistematicamente com o desinvestimento. Depois de expressar as condolências a todos aqueles que sofreram com perdas no trágico evento, a estrutura sindical denuncia a precarização deste sector da produção nacional.

«É necessário prosseguir todos os esforços para salvar vidas e apoiar vítimas e familiares», afirma a STPC sobre as buscas de sobreviventes. Pontua que o reforço de operacionais e equipamentos para dar respostas às sinistralidades marítimas também são uma reclamação dos pescadores. Com igual relevo, deve-se dar o acompanhamento das medidas de apoio social para a comunidade afectada.

Já no âmbito da prevenção de acidentes, o STPC destaca a necessidade de  investimento na protecção e segurança dos trabalhadores que vão ao mar. «Morrer a trabalhar no mar não é destino a que pescadores e suas famílias se tenham de resignar». 

Mas, nas últimas décadas, o que o sector da pesca tem visto é a sua destruição com o desinvestimento, os baixos salários, as condições laborais indignas e a falta de direitos. «É injustificável que a profissão de pescador não tenha ainda um salário mínimo garantido deixando cada profissional à mercê das circunstâncias diárias da faina», a mesma instabilidade que permite a acumulação de capital daqueles que lucram com a especulação do preço do pescado.

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