A jornada de luta foi convocada pelos sindicatos LAB e ELA, que denunciam o facto de as trabalhadoras do sector receberem salários 35% abaixo dos das suas colegas nas províncias também bascas da Biscaia e de Guipúscoa.
A questão é que na província de Álava se aplica o convénio estipulado a nível do Estado espanhol, para prejuízo das trabalhadoras dos lares alavesas. ELA e LAB sublinham o facto de, além dos salários, elas serem ainda prejudicadas «noutras matérias».
Além disso, as estruturas sindicais afirmam que na mais recente reunião com o patronato, celebrada a 28 de Junho, continuou a não haver avanços e que a proposta transmitida pela parte patronal foi «claramente insuficiente», perpetuando «a precariedade do sector».
Numa nota anterior à greve, ambos os sindicatos destacaram a necessidade de um acordo a nível provincial que «represente uma melhoria das condições» das trabalhadoras, que integram um sector na sua maioria composto por trabalhadores migrantes e mulheres.
ELA e LAB fazem uma apreciação positiva da jornada de greve, sublinhando que as trabalhadoras dos lares alaveses continuam a vir para a rua, mesmo ao cabo de 36 jornadas de luta e tendo em conta os «abusivos serviços mínimos» decretados pelo governo da Comunidade Autónoma Basca.
Tal como nas mais recentes jornadas de greve, as trabalhadoras, que se manifestaram na capital da província, Vitória-Gasteiz, ontem de manhã e à tarde, puderam contar com o apoio de pensionistas, familiares e movimento feminista.
Subvalorizada, triste, esgotada
Na sua conta de conta de Twitter (X), o ELA de Gasteiz publicou uma carta de uma trabalhadora, na qual ela afirma estar «triste e esgotada» e sentir-se «subvalorizada» no actual contexto, muito diferente do tempo da Covid, «em que fomos importantes para todo o mundo, as pessoas aplaudiam-nos».
Critica as condições de trabalho, que não lhe permitem cuidar bem dos idosos e a fazem sair do trabalho «triste e desmotivada».
«Merecemos respeito, tanto as trabalhadoras como os residentes e os familiares, merecemos um trabalho digno», afirma, frisando que ela e as suas colegas estão «fartas» e que, a cada dia que passa, «isto é mais insustentável e esgotante».
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