|Argentina

Trabalhadores do Ensino Superior na Argentina exigem aumentos salariais

Convocada pela Frente Sindical das Universidades Nacionais, a greve de 72 horas começou na segunda-feira. Os trabalhadores argentinos reclamam aumentos salariais e denunciam as políticas de Milei.

Créditos / @riccifedun

Num comunicado conjunto, divulgado na semana passada, os trabalhadores das universidades argentinas exigem «salários dignos», num contexto marcado pela crise socioeconómica e por políticas brutais de austeridade levadas a cabo pelo executivo de Javier Milei, também no sector da Educação.

Subscrito pela Federação de Docentes Universitários (Conadu), a Federação Nacional de Docentes, Investigadores e Criadores Universitários (Conadu Histórica), a Confederação de Trabalhadores da Educação (Ctera), a Federação de Docentes das Universidades (Fedun) e outras organizações, o documento conjunto acusa o governo de se recusar a negociar e sublinha a perda de poder de compra dos trabalhadores, num contexto de inflação disparada.

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Frente sindical universitária cumpre novas jornadas de luta na Argentina

As organizações que integram a Frente Sindical de Universidades Nacionais anunciaram o aprofundamento da luta por negociações e salários dignos, denunciando as políticas do executivo de Milei.

Docentes argentinos em luta, em Março de 2024 Créditos / universidadeshoy.com.ar

Trabalhadores filiados na Federação de Docentes Universitários (Conadu), na Conadu Histórica, na Confederação dos Trabalhadores da Educação (Ctera) e noutras organizações sindicais concretizaram esta terça-feira o primeiro de três dias consecutivos de protesto anunciados.

Em Buenos Aires, os trabalhadores concentraram-se ontem frente ao Palácio Pizzurno, também conhecido como Sarmiento e que é a sede da Secretaria da Educação, para ali entregar um documento a exigir negociações.

A este respeito, destacaram a importância de o governo de Milei se sentar à mesa das negociações com os trabalhadores docentes e não docentes das universidades, «já que apenas nos convoca para nos comunicar supostos aumentos definidos de forma unilateral e sem qualquer ralação com a enorme desvalorização salarial que o sector tem vindo a sofrer».

Concentração de trabalhadores docentes e não docentes do Ensino Superior, em Buenos Aires, a 25 de Junho de 2024 // conadu.org.ar

Num comunicado recente, a Frente Sindical de Universidades Nacionais anunciou o aprofundamento do seu plano de luta com três dias de «visibilização do conflito» (25, 26 e 27 de Junho), através de acções por todo o país austral.

«O conflito universitário agudiza-se. Não há universidade de qualidade sem salários dignos», disse a Frente na declaração pública que confirmou a continuidade da luta, depois da Marcha Federal Universitária, que teve lugar a 23 de Abril, e da greve de 48 horas, com grande adesão, levada a cabo a 11 e 12 de Junho.

Neste sentido, a frente sindical critica a decisão do executivo de Milei de adiar uma resposta à «grande crise salarial dos docentes e não docentes», e sublinha que a «situação universitária não se resolve apenas aumentando as despesas de funcionamento (10% do orçamento total)».

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«Lutaremos pela educação que queremos, pela Argentina com que sonhamos»

A Marcha Federal Universitária ultrapassou as expectativas dos organizadores, que apontam para 800 mil manifestantes em Buenos Aires e mais de um milhão em todo o país, em defesa do ensino público.

Em Buenos Aires, mais de 800 mil pessoas mobilizaram-se, esta terça-feira, no âmbito da Marcha Federal Universitária 
Créditos / Página 12

Ruas e praças cheias na Argentina, esta terça-feira, em defesa da universidade e do ensino público. Na Praça de Maio, Carlos de Feo, secretário-geral da Federação Nacional de Docentes Universitários, destacou precisamente os números da oposição às políticas de Milei: 800 mil na capital e mais de um milhão em todo o país.

«Estamos orgulhosos da nossa educação pública. Queremos um país com desenvolvimento, soberania e inclusão», disse, citado pelo Página 12, ao intervir no palco montado nas imediações da Casa Rosada.

«A universidade argentina soube sempre lutar ao lado do povo e dos seus trabalhadores. Mostrou-o dando a vida de milhares de estudantes, docentes e não docentes durante a noite negra da ditadura», afirmou, sublinhando que «essa universidade hoje está em perigo» e acusando o governo de Milei de querer celebrar um excedente orçamental gerado à base de pobreza, miséria e exclusão.

Manifestação em Buenos Aires pela universidade gratuita, de qualidade, sem restrições de acesso, a 23 de Abril de 2024 // Guadalupe Lombardo / Página 12

«Estamos decididos a levar esta luta para a frente. Não é a congelar os nossos salários e a reduzir os orçamentos que nos vão assustar», disse, acrescentando que a mobilização de ontem não era apenas pelo direito à universidade, mas também «para que o povo tenha direito a um futuro melhor, de soberania, com emprego, sem fome e sem exclusão».

Defender o direito a um ensino gratuito, de qualidade e federal

Perante as centenas de milhares de pessoas que se juntaram na Praça de Maio, a presidente da Federação Universitária Argentina, Piera Fernández, defendeu que o ensino público é a base da democracia e do desenvolvimento social.

Ao ler um documento elaborado pelas organizações convocantes, Fernández referiu-se aos cortes profundos sofridos pelas universidades argentinas em termos reais e disse que o aumento de 70% das verbas orçamentadas, no mês passado, juntamente com o anúncio de outros 70% constituem um aliciante, «embora insuficiente, na medida em que a inflação foi 300% no mesmo período».

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Alerta na Argentina para as consequências de «destruir a ciência»

Investigadores, académicos, laureados com o Prémio Nobel de dezenas de países uniram-se num «abraço mundial à ciência argentina» e alertaram Milei para as consequências de a destruir.

A entrega das cartas internacionais em apoio à ciência argentina teve lugar, esta quarta-feira, no Pólo Científico de Buenos Aires 
CréditosLeandro Teysseire / Página 12

No âmbito das mobilizações que as áreas da ciência e do Ensino Superior estão a realizar, no país austral, contra as políticas levadas a cabo pelo actual governo na matéria, esta quarta-feira, cientistas, bolseiros, membros da comunidade académica e trabalhadores administrativos entregaram ao Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet) mais de mil cartas de investigadores estrangeiros em apoio à ciência argentina.

Com a iniciativa, realizada em Buenos Aires sob o lema «Abraço mundial à ciência argentina» e dinamizada pela Rede de Autoridades de Institutos de Ciência e Tecnologia, pretendeu-se dar visibilidade a uma situação de «asfixia orçamental» sem precedentes no sector.

Com o «alerta internacional», refere o Página 12, os trabalhadores das áreas da ciência e das universidades esperam que o executivo de Milei convoque uma mesa de negociação.

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Gigantesca manifestação em Buenos Aires contra as políticas de Milei

No âmbito da greve geral convocada pela CGT, uma multidão juntou-se frente ao Congresso argentino, onde os dirigentes sindicais afirmaram que «não vão dar um passo atrás».

Enorme manifestação até ao Congresso, em Buenos Aires, no contexto da jornada de greve geral de 24 de Janeiro de 2024 
Créditos / @esfotografia7

Buenos Aires, a capital, não foi o único local de mobilização do país austral, já que a greve geral, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), com apoio de dezenas de sindicatos, partidos e movimentos sociais, teve impacto em todas as províncias do país, segundo refere a agência Télam.

Frente à multidão que se juntou nas imediações do Congresso, Héctor Daer e Pablo Moyano, dirigentes da CGT, pediram a deputados e senadores que não aprovem o decreto de necessidade e urgência (DNU), que desregula a economia, e o projecto de lei de «Bases», também promovido pelo executivo de Javier Milei, que o replica e amplia. «Vamos continuar a lutar e não vamos dar um passo atrás», afirmaram.

Falando para a multidão no acto central da jornada de greve e mobilização, Pablo Moyano, também dirigente do Sindicato dos Camionistas, pediu aos deputados e senadores do país que «não traiam os trabalhadores e a doutrina do peronismo que é defender os laburantes [trabalhadores], os que menos têm e os reformados», afirmou.

Télam

Alertou ainda que a política do actual governo atenta contra a soberania nacional e criticou a intenção de reestabelecer o imposto sobre os lucros que foi eliminado em 2023 pelo então ministro da Economia, Sergio Massa.

«Se são tão bons, aumentem os impostos às grandes fortunas, mas não aos trabalhadores», disse.

Vincou, além disso, a sua oposição às privatizações de empresas públicas. «Não se podem privatizar as empresas do Estado como Aerolíneas Argentinas, Télam, Banco Nación, Radio Nacional», afirmou, alertando que «milhares de trabalhadores vão ser postos na rua» e que «as vão entregar aos amigos».

Moyano também criticou a reforma laboral que o executivo de Milei pretende levar por diante, tendo afirmado que «a pátria não se vende, defende-se».

Télam

Por seu lado, o secretário-geral da CGT e dirigente sindical da Federação das Associações de Saúde, Héctor Daer, disse: «Viemos com a Constituição na mão; diz claramente que os direitos são progressivos e não se pode voltar atrás.»

«Querem destruir os sindicatos, os direitos individuais e colectivos e a liberdade de acção», acusou, sublinhando: «Continuaremos na luta até que caiam essas medidas.»

O dirigente sindical destacou ainda a grande unidade sindical, bem como a presença na mobilização das organizações de base, dos cientistas, da cultura, do desporto, dos inquilinos ou dos reformados.

Sublinhou também o grande apoio internacional à jornada de luta no país sul-americano, inclusive com mobilizações no estrangeiro. Segundo revelou, foram mais de 100 as organizações que, pelo mundo fora, expressaram apoio à luta dos trabalhadores argentinos.

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Quatro meses depois da tomada de posse do governo «libertário», a situação no sector é «insustentável», afirmam. Sobre a iniciativa de ontem, Valeria Levi, vice-decana da Faculdade de Ciências Exactas e Naturais da Universidade de Buenos Aires (UBA), explicou que foram entregues mais de mil cartas de investigadores e associações científicas internacionais nas quais se solicita a diversas autoridades do país que «não continuem este caminho de destruição da ciência argentina».

Denúncia de despedimentos e alerta para a situação nos institutos

A mobilização de ontem, igualmente convocada pela Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), serviu também para condenar o despedimento de 140 trabalhadores do Conicet ou a redução das bolsas de doutoramento atribuídas.

Alertou-se ainda para a grave situação que vários institutos e centros de investigação enfrentam, ao não terem meios para efectuar pagamentos, bem como para o risco de uma nova fuga de cérebros e a paralisação de projectos estratégicos a nível nacional.

Sobre as cartas que chegaram de mais de 50 países, Jorge Geffner, imunólogo do Conicet e um dos convocantes da mobilização, disse que «se trata de apoios internacionais de especialistas que simpatizam com as nossas reivindicações».

«Tem a ver com dizer "Não aos despedimentos", com a recuperação dos salários, a execução do orçamento da ciência e técnica. Em suma, solidariedade contra o estrangulamento do sector», acrescentou.

Entretanto, as universidades argentinas, coordenadas pela Frente Sindical Universitária e o Conselho Inter-universitário Nacional (CIN), agendaram para o próximo dia 23 uma manifestação em defesa do ensino público e de uma actualização orçamental que lhes permita existir.

Afirmam que, no caso de não se verificar essa actualização, poderiam ter de fechar portas em Maio, sublinhando que o governo manteve para 2024 o mesmo orçamento de 2023, num contexto de inflação inter-anual superior a 270%.

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Além disso, alertou que as obras que o Programa Nacional de Infra-estrutura Universitária possibilitava se encontram paradas, sem que haja certezas ou informação relativamente à sua continuidade.

Sem salários dignos, a universidade pública é inviável

A dirigente estudantil denunciou também que, nos últimos meses, o salário dos trabalhadores do sector perdeu 50% do seu poder de compra. «Uma deterioração salarial que se irmana com os demais sectores do mundo do trabalho», disse, acrescentando: «Isso leva-nos a retomar palavras de ordem de há mais de 20 anos: "Nenhum trabalhador das universidades nacionais abaixo da linha da pobreza!"»

Criticando as políticas de cortes promovidas pelo executivo de Milei, Fernández destacou que a educação é um direito humano fundamental e vincou a importância de manter as bolsas de estudo, que estão a ser reduzidas de forma alarmante.

«Não queremos que nos arrebatem os nossos sonhos: o nosso futuro não lhes pertence. Somos orgulhosos filhos da universidade argentina, pública, gratuita e sem restrições no ingresso, de excelência, com liberdade e equidade. Por isso, lutaremos, numa resistência democrática e luta pacífica irrenunciável, pela educação que queremos, pelo país com que sonhamos», acrescentou.

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Além da falta de valorização salarial de trabalhadores docentes e não docentes, apontam ainda a questão das bolsas, na medida em que «permitem aos estudantes manter-se na universidade e formar-se», refere o portal universidadeshoy.com.ar.

Por seu lado, a Conadu denuncia que o conflito universitário nacional prossegue devido à decisão do governo de congelar 90% do orçamento, correspondente «aos salários de quem trabalha nas universidades».

«Sem salários dignos e com 60% dos trabalhadores docentes abaixo da linha da pobreza não há universidade pública possível», declara no seu portal.

Valorizando a resposta dos trabalhadores às greves convocadas, a organização sindical criticou ainda o Ministério do Capital Humano, liderado por Sandra Pettovello, pela «crueldade e incompetência» manifestadas no «escandaloso tratamento» da questão da distribuição de alimentos aos refeitórios populares.

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No âmbito das jornadas de luta, convocadas para 12, 13 e 14 de Agosto e para os próximos dias 20 e 21, as estruturas sindicais que integram a frente estão a promover a paralisação das actividades com elevada adesão, bem como iniciativas para dar visibilidade à situação em que se encontra o sector.

Para esta quarta-feira, às 11h (15h em Portugal continental e Madeira), foi agendada uma jornada nacional de luta em Buenos Aires, na Praça do Congresso, sob o lema «Sem salários dignos não há universidade pública de qualidade».

Dirigentes sindicais alertam para situação de docentes e não docentes

Em declarações ao Página 12, Stella Mimessi, secretária-geral da Associação do Pessoal da Universidade Nacional de Salta (UNSa), destacou a «complexidade» da situação que os trabalhadores não docentes vivem, uma vez que não têm aumentos salariais que façam frente ao contexto inflacionário do país.

Outro elemento que sublinhou foi o da falta de negociação. A Federação Argentina dos Trabalhadores das Universidades Nacionais (Fatun), que representa os trabalhadores não docentes, «tem tentado de diversas formas iniciar ou pelo menos ter um diálogo com a Secretaria de Educação, que nunca foi possível concretizar», disse.

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Argentinos protestam contra políticas de Milei: austeridade, fome, desemprego

Com o lema principal «Paz, pão, terra, trabalho», organizações sociais, sindicais e de defesa dos direitos humanos mobilizaram-se na capital argentina e denunciaram as políticas do governo de Milei.

CréditosJorge Larrosa / Página 12

A mobilização desta quarta-feira foi realizada no contexto do dia de São Caetano, a cujo santuário centenas de pessoas se dirigiram antes de se encaminharem para o centro de Buenos Aires.

Associação Trabalhadores do Estado (ATE), Avós e Mães da Praça de Maio, Familiares de Detidos e Desaparecidos, Confederação Geral do Trabalho (CGT) foram algumas das organizações que promoveram a mobilização frente à Casa Rosada.

Também se mobilizaram a União dos Trabalhadores da Economia Popular (UTEP), a Assembleia Permanente pelos Direitos Humanos, a Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA) e a CTA-Autónoma, entre outras organizações.

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Sindicatos argentinos denunciam despedimentos e repressão sobre trabalhadores

Estruturas sindicais argentinas denunciaram esta segunda-feira a repressão contra trabalhadores que protestavam contra os despedimentos junto ao Instituto Nacional de Tecnologia Industrial, em Buenos Aires.

Protesto contra os despedimentos e repressão junto ao INTI, em Buenos Aires, a 1 de Julho de 2024 Créditos / ate.org.ar

Em comunicado, a Associação Trabalhadores do Estado (ATE) afirmou que a Polícia da Cidade de Buenos Aires levou a cabo uma «operação desmedida, violenta e ilegal», na qual deteve dois trabalhadores e militantes da CTA Autónoma.

A ATE repudia de forma enérgica estas detenções, no contexto daquilo que afirma terem sido protestos pacíficos contra os despedimentos na Administração Pública junto ao Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (INTI).

Exigindo a libertação dos trabalhadores detidos, o sindicato reafirma o direito ao protesto, cuja importância se torna maior num contexto em que «milhares de postos de trabalho estão a ser perdidos, condenando à fome e à miséria famílias em todo o país».

Protesto junto ao INTI, em Buenos Aires, a 1 de Julho de 2024 / ate.org.ar

Em declarações à imprensa, Rodolfo Aguiar, secretário-geral da ATE, denunciou não só a repressão levada a cabo no INTI como «a militarização de toda a Administração Pública». «Propõem-nos um modelo de país que só avança com repressão», criticou.

O governo de Javier Milei voltou à carga contra os funcionários públicos, não renovando contratos e despedindo nos últimos dias mais de 2000 trabalhadores. «Vão trabalhar, como toda a gente», disse Milei a propósito desta nova vaga de despedimentos no Estado.

Entre os visados, contam-se trabalhadores do INTI, dos Parques Nacionais, da Secretaria de Direitos Humanos e do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais.

A repressão «não vai travar a luta contra este modelo neofascista de governo»

Hugo Godoy, secretário-geral da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina Autónoma (CTA Autónoma), falou sobre esta vaga de despedimentos no Estado, tendo lembrado que a repressão é mais forte e intimidante onde os trabalhadores se organizam, realizam plenários.

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Trabalhadores argentinos denunciam despedimentos e encerramentos

A Associação Trabalhadores do Estado promoveu uma concentração, em Buenos Aires, frente ao Instituto de Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena, denunciando o seu encerramento e milhares de despedimentos.

Mobilização promovida pela ATE, em Buenos Aires, a 26 de Março de 2024, contra os despedimentos na Administração Pública, a política salarial e os encerramentos de organismos públicos por parte do executivo de Milei 
Créditos / ate.org.ar

Na mobilização desta terça-feira, os manifestantes condenaram a intenção do executivo de Javier Milei de não renovar uma parte substancial dos 70 mil contratos de funcionários públicos que vencem no final deste mês e exigiram aumentos salariais que permitam fazer frente à elevada inflação.

Tanto na capital federal como nas capitais provincais e outras cidades, reclamaram ainda a reintegração de trabalhadores despedidos, a continuidade do Fundo de Garantia de Sustentabilidade (FGS), o aumento das pensões e reformas, e o fim dos planos de encerramento e privatização das empresas públicas.

No decorrer da jornada nacional de protesto, o secretário-geral da Associação Trabalhadores do Estado (ATE), Rodolfo Aguiar, presente em Buenos Aires, afirmou que o actual governo está a enfraquecer e destruir o Estado para os trabalhadores e «a construir o Estado para os empresários».

Rodolfo Aguiar sublinhou que os trabalhadores vão resistir à destruição do Estado e à sua utilização para saquear os recursos do país / ate.org.ar

Acrescentou que não pode haver dúvidas da resistência dos trabalhadores a «qualquer possibilidade de que o Estado apareça como garante do saque de todos os nossos recursos naturais, como pretende o governo».

«Querem-nos encurralar para que defendamos os postos de trabalho e não falemos de que enfrentamos o maior ajuste salarial dos últimos tempos e, com ele, a grave deterioração de todas as condições de vida dos trabalhadores e reformados», alertou Aguiar.

Por seu lado, a secretária-adjunta da ATE, Mercedes Cabezas, destacou que a jornada de protesto teve expressão em todo o país, algo que, em seu entender, se deve também à particularidade de o Instituto de Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena trabalhar «nos territórios, com as comunidades camponesas e indígenas».

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Alerta para vaga iminente de despedimentos na Função Pública argentina

Com 70 mil contratos prestes a terminar e o «cenário de despedimentos massivos no fim do mês», a Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) agendou uma jornada de greve nacional para dia 26.

Imagem de arquivo 
Créditos / Página 12

No dia 31 de Março, vencem 70 mil contratos de trabalhadores da Administração Pública Nacional (ANP) e, alerta a ATE, o governo já deu indicações de que não os vai renovar, concretizando uma segunda vaga de despedimentos no sector público.

Nesse contexto, a organização sindical convocou uma reunião do Conselho Directivo Nacional para esta quinta-feira, com representantes das 23 províncias e da Cidade de Buenos Aires, na qual decidiu convocar uma jornada nacional de greve e mobilização para o próximo dia 26, de modo a «evitar o cenário de despedimentos massivos no fim do mês».

«O tempo acelera e não podemos esperar até Abril para realizar uma nova greve geral», afirmou na véspera o secretário-geral da ATE, Rodolfo Aguiar. «Estão a ser erradicados direitos, destruídos postos de trabalho e demolidos os rendimentos dos trabalhadores, reformados e camadas populares», alertou na sua conta de Twitter (X).

Os trabalhadores que agora estão em risco de ser despedidos têm um vínculo precário, apesar de, na maior parte dos casos, trabalharem há anos na Administração Pública. Os seus contratos, temporários, explica o portal canalabierto.com.ar, eram renovados anualmente. A última renovação ocorreu a 31 de Dezembro, por três meses.

Ao comunicar a jornada de luta, Rodolfo Aguiar denunciou que o governo de Milei «tenta destroçar o Estado e temos de resistir». «Não podemos permitir que se desestruture o Estado», acrescentou, vincando a necessidade de defender essa estrutura em todo o território nacional.

Manual de despedimentos

Nos últimos dias, soube-se, por fontes governamentais, da existência de um «manual de despedimentos», no qual se detalha como comunicar e efectivar os despedimentos dos funcionários de todos os organismos estatais, alerta a ATE em comunicado, acrescentando que, segundo o «manual», as primeiras comunicações, verbais, devem ter lugar a 26 de Março.

A primeira vaga de despedimentos de trabalhadores do Estado ocorreu poucos dias depois de o governo de Javier Milei ter tomado posse, concretizando-se a 2 de Janeiro.

Nessa altura, 1500 funcionários públicos chegaram ao seu local de trabalho e ficaram a saber que já não tinham emprego. Seguiram-se outros 2660, na Télam, na Agência Nacional de Deficiência, no Instituto de Agricultura Familiar, no Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, etc.

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«Se o Estado se retirar dos territórios, das comunidades, é muito mais fácil que proliferem outros negócios, neste caso relacionados com o agro, com o monocultivo», disse.

«Unidade na acção vai permitir-nos derrotar esta experência nefasta liderada por Milei»

Também presente da mobilização de Buenos Aires, Hugo Godoy, secretário-geral da Central dos Trabalhadores da Argentina-Autónoma, alertou que as medidas do governo vão levar milhares de famílias a viver nas ruas.

«Esta unidade na acção que levamos a cabo todas as semanas permitir-nos-á derrotar no menor tempo possível esta experiência nefasta de governo que Milei lidera, e também unificar critérios e convicções para depois sermos capazes de reconstituir o Estado em função da maioria», disse.

Neste sentido, defendeu os interesses da classe trabalhadora devem prevalecer e guiar a unidade do movimento nacional e popular.

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«É evidente que se quer destruir um Estado que esteja ao serviço da Memória, da Verdade e da Justiça, que esteja ao serviço das maiorias populares. Por isso reforçam os mecanismos de repressão», disse Godoy na concentração de protesto em Buenos Aires.

Vincou, no entanto, a ideia de que isto não vai travar a luta dos trabalhadores em geral «para enfrentar e derrotar este modelo neofascista de governo».

Protesto contra os despedimentos e o desmantelamento das políticas públicas

Também ontem, os sindicatos promoveram uma mobilização de protesto junto ao Ministério da Justiça, denunciando o despedimento de trabalhadores e o desmantelamento das políticas públicas do ex-Ministério da Mulheres, Géneros e Diversidades.

Em comunicado, a ATE revela que mais de 80% das pessoas que trabalhavam no organismo foram despedidas, com prejuízos directos para os trabalhadores afectados e para as políticas públicas que concretizavam na área das mulheres e dos géneros em todo o país austral.

Este fim-de-semana, soube-se ainda que o governo argentino está a planear acabar com a Linha 144, que dá uma resposta especializada a mulheres vítimas de violência de género, de forma anónima e gratuita.

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No acto central da iniciativa, que também contou com a participação de outras organizações populares, intervieram Adolfo Pérez Esquivel, prémio Nobel da Paz, o secretário-geral da CTA-Autónoma, Hugo Godoy, e vários outros dirigentes sociais e sindicais.

Godoy destacou a importância da mobilização e da unidade contra a política do governo argentino, enquanto Daniel Catalano, da ATE Capital, afirmou que se tratava de um dia muito importante para o movimento operário, que diz: «Basta de Milei!».

Por seu lado, o secretário-geral da ATE, Rodolfo Aguiar, disse que mais de 90% dos trabalhadores filiados aderiram à greve convocada pela central sindical para exigir a devolução dos postos de trabalho e dos salários aos funcionários públicos despedidos.

Além do repúdio pela política de austeridade, fome e precariedade levada a cabo pelo governo de Javier Milei, na jornada de luta ficou igualmente patente a exigência do fim da entrega dos recursos naturais do país a empresas transnacionais, refere a TeleSur.

UCA: mais de metade dos argentinos são pobres

Um relatório do Observatório da Dívida Social Argentina da Universidade Católica Argentina (UCA) revelou que mais de metade da população argentina é pobre. No primeiro trimestre de 2024, a pobreza atingiu 54,9% e a pobreza extrema 20,3%.

Em declarações à rádio 750, Eduardo Donza, investigador e coordenador de dados da UCA, disse que, «de um modo geral, na área urbana abrangida pelo Inquérito Permanente aos Agregados Familiares, a pobreza estaria num nível próximo dos 55% da população, precisamente 54,9%, e também são muito alarmantes os dados da indigência, que chega a 20,3% da população nessa situação».

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Argentina: «Hoje o que está em jogo nos bairros é se comem ou não»

Movimentos sociais e sindicatos agendaram para dia 12 nova jornada de protesto contra os cortes do governo de Milei e de alerta para a grave situação em que se encontram as camadas populares.

Nos quase três meses de governo de Milei, o índice de pobreza aumentou para 60%  
Créditos / Página 12

Com os rendimentos a diminuírem e a pobreza a aumentar, a União de Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular (Utep), em conjunto com outros sindicatos e organizações de esquerda, propõe-se realizar uma mobilização massiva e com cortes de acessos à cidade de Buenos Aires.

«Hoje o que está em jogo nos bairros é se comem ou não», alertou um dos representantes das organizações presentes na reunião de terça-feira, onde foi decidida a jornada de luta, refere o diário Página 12.

De acordo com a fonte, «não faltou ninguém», dada a ampla representação de movimentos e sindicatos presente. Tal convergência de acção não se via desde o final dos anos 90 e está a consolidar-se no contexto da «guerra declarada» por Milei aos movimentos sociais: porque não lhes dá respostas, deixou de executar a maior parte dos programas de ajuda e lançou uma «campanha de demonização» contra eles.

Apesar da argumentação oficial utilizada – variada –, o facto é que os alimentos deixaram de chegar aos refeitórios populares e as escassas medidas tomadas não alcançam 10% das necessidades.

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Na Argentina, pede-se ajuda para os refeitórios populares, porque «a fome avança»

Várias organizações argentinas realizaram, esta quinta-feira, uma jornada de mobilização para denunciar a falta de ajuda aos refeitórios comunitários e alertar para a fome, no meio de um enorme aparato policial.

Créditos / telam.com.ar

A jornada nacional de luta teve como ponto central a Praça Alsina, na cidade de Avellaneda (Grande Buenos Aires), convocada por organizações como Polo Obrero, Bloque Piquetero, Frente de la Resistencia Indígena, Movimiento Rebelión Popular Facundo Morales, Pueblos Libres, Acción Revolucionaria Combativa e Mujeres en Lucha.

Os manifestantes exigiram ao governo de Milei ajuda alimentar para os refeitórios comunitários dos bairros, bem como medidas em defesa das camadas mais desfavorecidas, por entre denúncias de tentativas para encerrar os refeitórios.

No dia anterior, quarta-feira, cozinheiras e coordenadoras desses espaços deslocaram-se até ao Ministério do Capital Humano, também para exigir ajuda ao executivo e, assim, fazer frente à «actual crise alimentar».

Mostrando cartazes em que se lia «A fome é um crime» e levando panelas vazias, as cozinheiras dos bairros populares de Buenos Aires avisaram a ministra Sandra Pettovello que «a fome avança a passos largos» e chamaram a atenção para a dura situação que enfrentam sobretudo as crianças e os idosos.

telam.com.ar

Ontem, em Avellaneda os manifestantes voltaram a reclamar ajuda alimentar para os refeitórios comunitários, reiterando os alertas para a situação que se vive nos bairros.

Em declarações à agência Télam, Eduardo Belliboni, do Polo Obrero, disse que «a situação é extrema», acrescentando que vão promover reuniões com outras organizações e «reforçar o plano de luta, porque há meses que não há comida nos refeitórios e não podem ser os que menos têm a pagar o ajuste».

«Estão a fechar todos os dias, um a um, os mais de 30 mil refeitórios de bairro da província [de Buenos Aires] porque o governo decidiu cortar a ajuda do Estado para enfrentar a grave situação social, agudizada pela pulverização dos salários e das reformas. Aquilo que nenhum governo tinha cortado este cortou», disse.

Os manifestantes tentaram avançar até à Ponte Pueyrredón, uma das vias de acesso à Cidade de Buenos Aires, mas um forte dispositivo policial, integrado por agentes da Prefeitura Naval e da Polícia Federal, impediu-os de avançar.

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Apertadas pela urgência de receber o que a tutela não envia, as cozinheiras vão-se arranjando com o que chega das províncias, fazem colectas entre moradores e pedem donativos a comerciantes, explica a fonte.

Nalguns casos, como na província de Tucumán, os refeitórios comunitários estão a fechar, depois dos cortes feitos pelo Ministério do Capital Humano. A ministra alega que assinou acordos com organizações não governamentais religiosas – com pastores da direita evangélica e com a Cáritas –, mas tem sido a própria Igreja a alertar para a falta de comida nos bairros e a pedir ao governo que não acabe com os apoios.

Outra das denúncias feitas pelos movimentos está relacionada com os desbastes do governo de Milei ao plano Potenciar, de apoio à reinserção laboral, criado no governo de Alberto Fernández.

Dina Sánchez, da Frente Darío Santillán, disse ao Página 12 que «não há canais de diálogo» com o Ministério do Capital Humano, que «não responde a chamadas telefónicas, nem responde a e-mails, e desactivou a página para fazer reclamações».

Pobreza a aumentar de forma exponencial

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Gigantesca manifestação em Buenos Aires contra as políticas de Milei

No âmbito da greve geral convocada pela CGT, uma multidão juntou-se frente ao Congresso argentino, onde os dirigentes sindicais afirmaram que «não vão dar um passo atrás».

Enorme manifestação até ao Congresso, em Buenos Aires, no contexto da jornada de greve geral de 24 de Janeiro de 2024 
Créditos / @esfotografia7

Buenos Aires, a capital, não foi o único local de mobilização do país austral, já que a greve geral, convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), com apoio de dezenas de sindicatos, partidos e movimentos sociais, teve impacto em todas as províncias do país, segundo refere a agência Télam.

Frente à multidão que se juntou nas imediações do Congresso, Héctor Daer e Pablo Moyano, dirigentes da CGT, pediram a deputados e senadores que não aprovem o decreto de necessidade e urgência (DNU), que desregula a economia, e o projecto de lei de «Bases», também promovido pelo executivo de Javier Milei, que o replica e amplia. «Vamos continuar a lutar e não vamos dar um passo atrás», afirmaram.

Falando para a multidão no acto central da jornada de greve e mobilização, Pablo Moyano, também dirigente do Sindicato dos Camionistas, pediu aos deputados e senadores do país que «não traiam os trabalhadores e a doutrina do peronismo que é defender os laburantes [trabalhadores], os que menos têm e os reformados», afirmou.

Télam

Alertou ainda que a política do actual governo atenta contra a soberania nacional e criticou a intenção de reestabelecer o imposto sobre os lucros que foi eliminado em 2023 pelo então ministro da Economia, Sergio Massa.

«Se são tão bons, aumentem os impostos às grandes fortunas, mas não aos trabalhadores», disse.

Vincou, além disso, a sua oposição às privatizações de empresas públicas. «Não se podem privatizar as empresas do Estado como Aerolíneas Argentinas, Télam, Banco Nación, Radio Nacional», afirmou, alertando que «milhares de trabalhadores vão ser postos na rua» e que «as vão entregar aos amigos».

Moyano também criticou a reforma laboral que o executivo de Milei pretende levar por diante, tendo afirmado que «a pátria não se vende, defende-se».

Télam

Por seu lado, o secretário-geral da CGT e dirigente sindical da Federação das Associações de Saúde, Héctor Daer, disse: «Viemos com a Constituição na mão; diz claramente que os direitos são progressivos e não se pode voltar atrás.»

«Querem destruir os sindicatos, os direitos individuais e colectivos e a liberdade de acção», acusou, sublinhando: «Continuaremos na luta até que caiam essas medidas.»

O dirigente sindical destacou ainda a grande unidade sindical, bem como a presença na mobilização das organizações de base, dos cientistas, da cultura, do desporto, dos inquilinos ou dos reformados.

Sublinhou também o grande apoio internacional à jornada de luta no país sul-americano, inclusive com mobilizações no estrangeiro. Segundo revelou, foram mais de 100 as organizações que, pelo mundo fora, expressaram apoio à luta dos trabalhadores argentinos.

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De acordo com dados divulgados pelo Observatório da Universidade Católica, nos quase três meses de governo de Milei o índice de pobreza aumentou para 60%. No mesmo período, a consultora Isepci registou um encarecimento de 70% nos alimentos na região metropolitana de Buenos Aires.

Neste contexto, em vez de diálogo, confronto com os movimentos sociais. Estes afirmam que se trata de uma aposta de Milei em extinguir as organizações sociais e, a propósito, lembram que Federico Sturzenegger, assessor de Milei e autor da Lei de Bases, disse numa conferência em Harvard (EUA) que «é preciso empobrecer os grupos de interesse», «drenar-lhes» os recursos.

Outro aspecto apontado pelos movimentos sociais é o total desconhecimento, por parte do elenco ministerial, da realidade que se vive nos bairros e do tecido que os sustenta.

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De acordo com o estudo, que incidiu sobre os rendimentos dos argentinos nos 32 principais conglomerados urbanos do país, durante o primeiro trimestre de 2024 a pobreza aumentou 9,7% e a pobreza extrema 5,7%, por comparação com o último trimestre de 2023.

Outro aspecto revelado pelo inquérito é que no primeiro trimestre deste ano a pobreza infantil atingiu níveis quase recorde, com sete crianças em cada dez a viverem numa casa pobre.

Donza recordou que, nas últimas duas décadas, a população em situação de pobreza no país austral nunca foi inferior a 25%, mas explicou que a situação melhorou bastante entre 2001 e 2009, período em que cresceu o produto interno bruto (PIB) e foram criados empregos de qualidade, indica o Página 12.

O especialista defendeu ainda como «estritamente necessário» que o país «desenvolva políticas de Estado que apontem para a produção e o trabalho».

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Os encontros realizados serviram apenas para que o governo informasse os sindicatos das suas decisões, que, mesmo sendo rejeitadas pela frente sindical, são aprovadas por decreto, explicou.

«Hoje, os trabalhadores perderam mais de 60% do poder de compra», afirmou Mimessi, alertando que «o futuro do Ensino Superior está a ser posto em causa» por um governo «de tipo anarco-liberal», a que não interessa de todo manter o público.

Também no âmbito da greve de três dias que os trabalhadores das universidades estão a fazer, Diego Maita, professor de História e secretário-geral da Associação de Docentes e Investigadores da UNSa, observou que a situação «é muito grave do ponto de vista salarial, com tudo o que isso implica».

«Nós estamos a reivindicar hoje um aumento de 50%», disse, esclarecendo que a inflação ultrapassa em muito esse montante no seu salário.

O dirigente sindical na UNSa referiu ainda que, na província de Salta (Noroeste da Argentina), há outros sectores em crise e que, mesmo não auferindo «bons salários», estão em melhor situação que os docentes do Ensino Superior.

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