Nos últimos dias, em menos de 24 horas, foram assassinados os sindicalistas peruanos Américo Gonzales Palomino e Arturo Cárdenas, ambos do sector da construção civil. O último era ainda secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Construção Civil de Lima e Balneários, da CGTP, e foi morto a tiro quando saía da sede do sindicato.
Num comunicado subscrito por diversas organizações do sector no passado dia 15, destaca-se que o crime organizado e a insegurança dos cidadãos são problemas urgentes no país sul-americano e que estes crimes visam acabar com os dirigentes sindicais da Federação dos Trabalhadores em Construção Civil do Peru (FTCCP) que «enfrentam com a razão da lei os delinquentes que vivem» da extorsão a trabalhadores e empresários do sector.
Neste contexto, a CGTP convocou para esta terça-feira uma jornada nacional de mobilização centrada na denúncia da insegurança pública, no protesto contra os assassinatos mais recentes de dirigentes sindicais e na exigência de soluções para lidar com «os grupos criminosos».
Em simultâneo, os trabalhadores exigiram o aumento dos salários e das pensões, num contexto de subida da inflação e do custo de vida.
Segundo refere a CGTP, foram igualmente reivindicados os direitos à liberdade sindical, à greve e à negociação colectiva, bem como o fim da corrupção e a manutenção da água na esfera pública – quando se tornam patentes «as ameaças» da privatização.
Houve manifestações e acções de protesto em diversas cidades peruanas, quase sempre sem incidentes e repressão policial, segundo fontes sindicais.
A mobilização principal teve lugar em Lima, onde os trabalhadores percorreram o centro da cidade, antes de chegarem ao Ministério do Trabalho.
Reunião de emergência no Ministério do Trabalho
Ali, teve lugar uma reunião de emergência entre representantes da tutela e uma delegação de dirigentes da CGTP.
Um deles, Tito Zea, disse à imprensa que a delegação foi recebida pelo ministro do Trabalho, Daniel Maurate, que se comprometeu a apresentar as reivindicações dos trabalhadores em Conselho de Ministros a realizar na próxima semana.
Segundo indica o portal larepublica.pe, Zea disse que a central sindical quer confiar nas palavras do ministro, nomeadamente quanto a uma nova reunião e à criação de uma mesa de negociação.
Tito Zea explicou que a CGTP propôs a depuração do registo dos sindicatos, de modo a anular a inscrição de todos aqueles que não o são de facto, mas que são «grupos criminosos ou pseudo-sindicatos que trabalham com máfias do crime organizado», e que se dedicam à extorsão e aos assassinatos a soldo.
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