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Cerco israelita ao Norte de Gaza entra na terceira semana com mais massacres

Dez edifícios residenciais foram arrasados em ataques aéreos a Jabalia, com um saldo de 150 mortos e feridos. Agências dão conta de outro massacre em Khan Younis e de ataques ao Hospital Kamal Adwan.

Aviões israelitas destruíram uma dezena de edifícios na Rua al-Hawaja, em Jabalia, provocando grande destruição e aquilo que a agência Wafa classifica como um «banho de sangue».

De acordo com os dados preliminares da Protecção Civil, pelo menos 150 pessoas foram mortas ou ficaram feridas, num contexto em que as equipas de socorro não conseguem chegar ao local para tentar levar os feridos.

O massacre sionista desta quinta-feira à noite representa um novo episódio da ofensiva israelita em grande escala contra o Norte da Faixa de Gaza, que entra na terceira semana com todos os indícios de «limpeza étnica e genocídio» que a têm marcado, refere a fonte. 

Por seu lado, a Al Jazeera indica que os visados pelo ataque em Jabalia são pessoas que se recusaram a sair do campo de refugiados por estarem exaustas, famintas e saberem que as estradas não são seguras.

Ataques ao Hospital Kamal Adwan

Já havia notícias de que a unidade hospitalar localizada em Beit Lahia, também no Norte de Gaza, estava a ser assediada, cercada e atacada por tropas israelitas, bem como registos das condições extremas em que estava a funcionar. 

Esta manhã, tropas israelitas entraram mesmo no hospital, onde várias janelas foram partidas e a zona de fornecimento de oxigénio foi bombardeada. De acordo com a Al Jazeera, algumas crianças morreram (mas ainda não há números certos). As forças de ocupação efectuaram detenções em grande número e decretaram o esvaziamento do edifício.

Kamal Adwan é uma das poucas unidades de saúde a funcionar no Norte da Faixa de Gaza e, no contexto da ofensiva israelita, foi cercada por viaturas militares. Fontes hospitalares revelaram ontem que havia pelo menos 150 pessoas – pacientes e funcionários – no interior do hospital.

Também ontem, o director da infra-estrutura hospitalar, Hussam Abu Safia, disse à Al Jazzera que havia ali grande número de pessoas feridas. «Perdemos uma pessoa por hora, devido à falta de medicamentos e de pessoal. As nossas ambulâncias não podem transferir pessoas feridas. Aqueles que conseguem chegar aqui por si mesmos recebem tratamento. Mas os que não são capazes morrem nas ruas», afirmou.

Massacres também no Centro e Sul

Ontem, pelo menos 17 pessoas perderam a vida na sequência de um ataque israelita à escola Shuhadaa al-Nuseirat, no Centro da Faixa de Gaza.

Já esta sexta-feira, pelo menos 33 pessoas foram mortas na sequência de ataques aéreos israelitas a uma zona residencial em Khan Younis, no Sul. Destas, pelo menos 14 são crianças. Há também registo de dezenas de feridos, de acordo com a agência Wafa.

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