Por todo o país caribenho, é hábito celebrar o 22 de Dezembro, dia dedicado a quem se dedica a ensinar e a educar, e data em que se reconhece a obra educacional cubana, incluindo o acesso gratuito a um ensino de qualidade.
Neste contexto, no sábado à tarde, o Presidente da República, Miguel Díaz-Canel, condecorou docentes e instituições de reconhecida trajectória no sector.
No Palácio da Revolução, onde teve lugar uma cerimónia nacional relacionada com o Dia do Educador, Díaz-Canel atribuiu a Ordem Frank País, no Primeiro Grau, a 13 profissionais do Ensino Superior que «contribuíram de modo abnegado para a formação integral dos cidadãos ou realizaram um contributo valioso para o desenvolvimento da Educação», refere o portal Cuba Debate.
Receberam também a Ordem Frank País, no Segundo Grau, outros 12 profissionais do mesmo nível de ensino, que foram distinguidos pelos seus «méritos extraordinários»; enquanto 16 trabalhadores foram galardoados com a Medalha José Tey e 15 com a Distinção «Pela Educação Cubana», como «forma de reconhecimento pelos méritos alcançados, a sua activa participação no desenvolvimento educacional do país e a sua atitude exemplar e consequente».
Na cerimónia, foram também distinguidas a Universidad de Oriente, de Santiago de Cuba (Ordem Frank País, no Primeiro Grau), e a Estación Experimental de Pasto y Forrajes Indio Hatuey, da Universidad de Matanzas (Ordem Frank País, no Segundo Grau).
Na ocasião, o ministro da Educação Superior, Walter Baluja, destacou os valores do sistema educativo cubano, bem como a entrega de milhares de professores que se dedicam à «sensível e sacrificada tarefa de educar, de formar novas gerações».
Ainda no âmbito da jornada de homenagem aos docentes da Ilha, o chefe de Estado manteve um encontro com docentes em diversas áreas, onde se abordou a importância do sector, os desafios que enfrenta e projectos em curso.
Díaz-Canel referiu-se à centralidade que a educação assume para Cuba, bem como ao facto de o sector se estar a aperfeiçoar, apesar de ser fortemente atingido pela política de máxima pressão imposta pela administração norte-americana.
Cuba: território livre de analfabetismo há 63 anos
A 22 de Dezembro de 1961, na Praça da Revolução, em Havana, Fidel Castro anunciou o fim da Campanha de Alfabetização iniciada a 1 de Janeiro desse ano e declarou Cuba como Território Livre de Analfabetismo. «Ganhámos uma grande batalha», disse. A data passou a ser assinalada como o Dia do Educador.
Em Setembro de 1960, Fidel Castro havia anunciado nas Nações Unidas: «(...) no próximo ano, o nosso povo propõe-se travar a sua grande batalha contra o analfabetismo, com a meta ambiciosa de ensinar a ler e a escrever até ao último analfabeto.»
Como resultado da campanha, que envolveu milhares de voluntários em todo o território cubano, mais de 700 mil analfabetos aprenderam a ler e escrever, e Cuba passou a estar entre os países com uma das taxas mais baixas de analfabetismo.
A campanha avançou num contexto marcado pela hostilidade crescente dos Estados Unidos, que se empenhava a fundo no fracasso do processo de transformação revolucionário por que a Ilha passava.
No entanto, tal como lembra a Prensa Latina, nem o corte de relações dos EUA com Cuba, nem a invasão da Baía dos Porcos, nem a luta dos mercenários e sublevados em vários pontos da Ilha conseguiram travar o êxito campanha, que foi uma vitória também por permitir criar as bases do sistema de educação universal e gratuito em todos os níveis, que se mantém como uma das prioridades do Estado cubano.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui