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Mais de 60 mil pessoas em Vigo em defesa da saúde pública

Esta quinta-feira, as ruas de Vigo encheram-se de gente reclamando a «reconstrução» da área da saúde e a garantia da prestação de cuidados públicos e de qualidade, face à política de cortes da Xunta.

Milhares de pessoas nas ruas de Vigo, Galiza, a 16 de Janeiro de 2025, exigiram a prestação de cuidados de saúde «100% públicos e de qualidade» Créditos / CIG

Em destaque na mobilização desta quinta-queira, convocada pela plataforma SOS Sanidade Pública, esteve também a situação do Hospital Álvaro Cunqueiro, nomeadamente o apuramento de responsabilidades pelo sobrecusto, superior a 470 milhões de euros, na sua construção, de acordo com um relatório do Conselho de Contas.

Ana Pontón, do BNG, exigiu «responsabilidades» ao Partido Popular precisamente por isso, bem como «pela construção de um hospital privatizado com menos superfície que a prevista, com menos camas que as previstas, com menos recursos sanitários que os previstos, mas pagando mais».

Nesta sentido, refere o diário Nós, qualificou a gestão do executivo galego como um «escândalo maiúsculo» e instou o presidente da Xunta, Alfonso Rueda, a «assumir responsabilidades por estes factos e a deixar de chutar bolas para o lado e tentar enganar os cidadãos».

Já o porta-voz da SOS Sanidade Pública em Vigo, Manuel González Moreira, referiu que a manifestação «é uma mostra de como a sociedade galega sai à rua em defesa da saúde pública e para denunciar a destruição da área sanitária de Vigo pelas políticas da Xunta da Galiza».

No final da marcha, foi lido um manifesto, que se centrou bastante na situação do Hospital Álvaro Cunqueiro e na vontade de o resgatar para o domínio público / CIG

O Hospital Álvaro Cunqueiro «tem um problema de falta de capacidade que hipoteca a resposta sanitária e obriga uma parte da população a ter de recorrer à saúde privada», alertou Moreira, reclamando «uma mudança de rumo».

Mudar de rumo

A marcha terminou com Areta Bolado, Noelia Castro e Ailén Kendelman, membros do grupo de teatro A Panadaría, a lerem o manifesto da plataforma convocante. Um dos aspectos vincados pelo texto é o da necessidade de dotar a área da saúde em Vigo com os recursos humanos e materiais que se exigem a uma prestação de cuidados «100% pública e de qualidade», refere a Confederação Intersindical Galega (CIG) no seu portal.

Também centra o documento a exigência de responsabilidades políticas pelas condições de licitação e construção do Álvaro Cunqueiro – um hospital novo que, denuncia, «não serviu» para atingir os objectivos definidos ao nível da construção das estruturas de assistência hospitalar necessárias para servir a totalidade da população, ao nível do reforço dos cuidados primários e da redução do peso da saúde privada.

Em resultado disto, afirmou a plataforma, aumentam as listas de espera nas consultas e nos cuidados primários, nos exames complementares e nas intervenções cirúrgicas, e «os serviços hospitalares carecem de pessoal e espaços suficientes para dar resposta às necessidades dos utentes».

Neste contexto, a SOS Sanidade mostra-se empenhada em «resgatar a concessão do Álvaro Cunqueiro para o sector público e em proceder à sua ampliação», bem como em aumentar o investimento nos cuidados de saúde primários e em criar uma série de novos serviços e infra-estruturas.

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