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Mais de 600 pessoas nas ruas apoiam a luta dos trabalhadores na Alsa Ferrol

Delegados da CIG de toda a Galiza solidarizaram-se, esta quarta-feira, com os trabalhadores da Maitours (grupo Alsa), que estão em greve desde 15 de Julho pela aplicação do convénio colectivo do sector.

Mais de 600 delegados da CIG mobilizara-se me Ferrol para apoiar a luta na Maitours Créditos / CIG

A iniciativa solidária da Confederação Intersindical Galega (CIG) com os trabalhadores da Maitours em Ferrol teve lugar quando estes cumpriam 115 dias de greve por tempo indeterminado.

Paulo Carril, secretário-geral da CIG, qualificou esta luta como «exemplo de resistência», num contexto de «serviços mínimos abusivos», do «abandono da Xunta da Galiza» e do «não» reiterado da empresa às negociações.

Carril criticou a Xunta por, sendo titular dos contratos do transporte público de autocarros, permitir «acções piratas de uma empresa como esta», «que tem os seus trabalhadores e trabalhadoras em condições inferiores às do convénio colectivo provincial».

Resistir e lutar pelos direitos

Assim, explicou o secretário-geral, a CIG tomou a iniciativa de avançar com esta jornada de luta e solidariedade, no âmbito da qual delegados provenientes de toda a Galiza se juntaram em Ferrol.

Os trabalhadores da Maitours (grupo Alsa) em Ferrol estão greve desde 15 de Julho, em luta pela aplicação do convénio negociado ao nível da província da Corunha / CIG

Os delegados participaram num plenário informativo no Centro Cultural Carvalho Calero, antes de seguirem em manifestação até ao edifício da Xunta da Galiza, «mostrando que é preciso resistir, intensificar a mobilização e pôr em cima da mesa todas as reivindicações dos trabalhadores da Maitours».

Tendo em conta «o imobilismo da Alsa», à qual exigiu a aplicação imediata do convénio de transporte de passageiros por estrada negociado a nível provincial, Carril defendeu que só a luta «irá permitir que as administrações encontrem a solução que estamos a exigir», lê-se no portal da central sindical.

Neste âmbito, recordou e valorizou as muitas acções de luta levadas a cabo desde meados de Julho, bem como as iniciativas solidárias convocadas pela central sindical em cidades como Pontevedra ou Corunha.

Um plenário informativo antecedeu a manifestação até ao edifício da Xunta na cidade galega / CIG

O dirigente sindical esclareceu ainda que os trabalhadores da Maitours continuam à espera de várias coisas, nomeadamente de que a Inspecção do Trabalho resolva queixas interpostas, que o Município de Ferrol tome algum tipo de iniciativa e que a direcção-geral de Mobilidade esclareça (numa reunião prevista para a próxima semana) se tem intenção de revogar a concessão ou então fazer valer as condições constantes do actual contrato.

Patronato adia a assinatura do convénio

No decorrer do plenário, intervieram também Dores Martínez e Bea Fernández, da Federação Galega de Alimentação, Mar, Transporte (FGAMT-CIG), e o responsável do sector dos Transportes da central, Xesús Pastoriza, que destacaram o «enorme esforço e a resistência» dos trabalhadores da Maitours, bem como a necessidade de manter a luta para conquistar as reivindicações que motivam esta greve.

Também foi denunciado o papel que o patronato (de que a Alsa faz parte) assume neste conflito, uma vez que está a adiar «sem justificação» a assinatura do novo convénio da província da Corunha, apesar de as tabelas salariais já terem sido publicadas e as restantes matérias já estarem acordadas, indica a CIG.

Segundo revelaram, a publicação do convénio actualizado da província da Corunha faria com que a Alsa Ferrol tivesse de aplicar o quadro regulador provincial, já que assim o determinou uma sentença judicial.

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