A iniciativa solidária da Confederação Intersindical Galega (CIG) com os trabalhadores da Maitours em Ferrol teve lugar quando estes cumpriam 115 dias de greve por tempo indeterminado.
Paulo Carril, secretário-geral da CIG, qualificou esta luta como «exemplo de resistência», num contexto de «serviços mínimos abusivos», do «abandono da Xunta da Galiza» e do «não» reiterado da empresa às negociações.
Carril criticou a Xunta por, sendo titular dos contratos do transporte público de autocarros, permitir «acções piratas de uma empresa como esta», «que tem os seus trabalhadores e trabalhadoras em condições inferiores às do convénio colectivo provincial».
Resistir e lutar pelos direitos
Assim, explicou o secretário-geral, a CIG tomou a iniciativa de avançar com esta jornada de luta e solidariedade, no âmbito da qual delegados provenientes de toda a Galiza se juntaram em Ferrol.
Os delegados participaram num plenário informativo no Centro Cultural Carvalho Calero, antes de seguirem em manifestação até ao edifício da Xunta da Galiza, «mostrando que é preciso resistir, intensificar a mobilização e pôr em cima da mesa todas as reivindicações dos trabalhadores da Maitours».
Tendo em conta «o imobilismo da Alsa», à qual exigiu a aplicação imediata do convénio de transporte de passageiros por estrada negociado a nível provincial, Carril defendeu que só a luta «irá permitir que as administrações encontrem a solução que estamos a exigir», lê-se no portal da central sindical.
Neste âmbito, recordou e valorizou as muitas acções de luta levadas a cabo desde meados de Julho, bem como as iniciativas solidárias convocadas pela central sindical em cidades como Pontevedra ou Corunha.
O dirigente sindical esclareceu ainda que os trabalhadores da Maitours continuam à espera de várias coisas, nomeadamente de que a Inspecção do Trabalho resolva queixas interpostas, que o Município de Ferrol tome algum tipo de iniciativa e que a direcção-geral de Mobilidade esclareça (numa reunião prevista para a próxima semana) se tem intenção de revogar a concessão ou então fazer valer as condições constantes do actual contrato.
Patronato adia a assinatura do convénio
No decorrer do plenário, intervieram também Dores Martínez e Bea Fernández, da Federação Galega de Alimentação, Mar, Transporte (FGAMT-CIG), e o responsável do sector dos Transportes da central, Xesús Pastoriza, que destacaram o «enorme esforço e a resistência» dos trabalhadores da Maitours, bem como a necessidade de manter a luta para conquistar as reivindicações que motivam esta greve.
Também foi denunciado o papel que o patronato (de que a Alsa faz parte) assume neste conflito, uma vez que está a adiar «sem justificação» a assinatura do novo convénio da província da Corunha, apesar de as tabelas salariais já terem sido publicadas e as restantes matérias já estarem acordadas, indica a CIG.
Segundo revelaram, a publicação do convénio actualizado da província da Corunha faria com que a Alsa Ferrol tivesse de aplicar o quadro regulador provincial, já que assim o determinou uma sentença judicial.
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