Ao anunciarem, a semana passada, a manifestação que hoje tem lugar a partir da Praça Elíptica, às 19h, as organizações promotoras destacaram o resultado do «histórico» referendo de 1986, em que o País Basco disse «um não expressivo» à permanência de Espanha na Aliança Atlântica.
Quase 40 depois, «temos tantas ou mais razões que então para condenar e repudiar de forma igualmente contundente a NATO e o imperialismo», frisaram.
No contexto de aprofundamento da crise capitalista, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/NATO), braço armado do imperialismo liderado pelos Estados Unidos, está a intensificar as suas acções bélicas a nível mundial, denunciam.
Isto «traduz-se na pugna por manter a sua hegemonia política, económica e militar face a potências emergentes (sobretudo a Rússia e a China), e o seu domínio sobre os povos trabalhadores do Sul Global», destacaram os promotores, em que se incluem organizações e movimentos como a Askapena, o Boltxe, a Bultza Herri Ekimena, a Euskal Komunisten Batasuna ou o Euskal Herriko Partidu Komunista.
Em seu entender, a acção da NATO visa também «atacar as condições de vida dos trabalhadores dos países ocidentais, para alimentar a máquina de guerra e aumentar os lucros da burguesia».
«A NATO não quer a paz, não quer chegar a acordos, a guerra é a sua razão de ser», destacaram os organizadores no comunicado lido, frisando que a aliança agudiza os conflitos internacionais em vários cenários, da Ucrânia ao Médio Oriente, e que para esse efeito «iniciou uma campanha de rearmamento em grande escala».
Em seu entender, a União Europeia (UE), assim como os estados espanhol e francês e a burguesia basca «estão plenamente envolvidos neste processo de rearmamento e militarização», que se reflecte no aumento das despesas militares e no reforço da indústria do armamento.
Paralelamente, assiste-se ao desmantelamento progressivo dos serviços públicos, como nos sectores da educação e da saúde. «As guerras da NATO e a guerra em grande escala que prepara são também a guerra quotidiana que se trava contra os trabalhadores e os povos, com a exploração do trabalho, os despedimentos, o encarecimento da vida, a privatização e o empobrecimento», defendem os promotores, em que também se incluem organizações como Ezkerraldea Antifaxista, Khalas! Palestina Uribe Kosta, OTAN EZ! Plataforma ou Samidoun Euskal Herria.
É neste contexto que denunciam a presença crescente da Aliança Atlântica no País Basco e o modo como o território «se tornou um aliado do imperialismo».
Por isso, e porque o povo e os trabalhadores bascos «não têm futuro num sistema dominado pela NATO e a UE», apelam à mobilização de hoje em Bilbau, exigindo a «ruptura total com a NATO, a UE, o sionismo, o imperialismo e as suas guerras», o fim do «saque aos povos do Sul Global» e a «liberdade para Euskal Herria».
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