Ao longo dos últimos dois dias, mais de um milhar de trabalhadores, de todas as empresas que funcionam no complexo industrial da VW Autoeuropa, participaram no plenário que decorreu em quatro horários. O plenário, convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul), contou com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira.
De acordo com o sindicato, o sucesso do plenário ficou logo patente às 8h30 de terça-feira, quando decorreu a primeira reunião, dado o forte interesse dos trabalhadores. Para o SITE Sul, a participação em grande número e com ambiente muito positivo repetiu-se nas três seguintes sessões do plenário, apesar da chuva e do frio.
Nos momentos da discussão, foi abordada a situação difícil que atravessam os trabalhadores da Vanpro e da Tenneco, que a VW Autoeuropa e o Grupo VW decidiram condenar ao desemprego. O sindicato destaca a solidariedade sentida entre os trabalhadores já que foi aprovada uma moção de solidariedade, declarando a disponibilidade de todos para participarem em acções de luta, a definir colectivamente, na defesa do emprego na Vanpro e na Tenneco.
A par disto, o motivo principal da convocação dos trabalhadores foi o andamento do processo relativo à reivindicação de reconhecimento do desgaste rápido para a indústria, incluindo as condições de trabalho no complexo industrial de Palmela, tanto na VW Autoeuropa, como nas empresas prestadoras de serviços e nas fornecedoras.
Este aspecto foi reforçado com a resolução aprovada no plenário e que marcou um dia de luta para a data em que será discutida na Assembleia da República a petição entregue pela Fiequimetal pelo reconhecimento do desgaste rápido na indústria com mais de 13 mil assinaturas.
No documento, os presentes comprometem-se, ainda, a trabalhar para a mobilização e organização de todos os trabalhadores para a realização da acção de luta; declararam a sua total disponibilidade para intensificar a actividade reivindicativa; exigiram ao patronato para que assumissem a sua responsabilidade pela recolocação urgente dos trabalhadores portadores de doenças profissionais e restrições médicas, sempre com a salvaguarda do emprego; e exigiram o aumento real dos salários através do aumento extraordinário dos salários em 2025.
Este plenário surge num importante contexto na Volkswagen que, depois de na Alemanha ter encerrado fábricas e cortado nos salários, ameaça em Portugal com «baixa da atividade de produção». Começam já a surgir interessados na compra do grupo, mas o importante, nesta fase, são os trabalhadores não recuarem nos seus direitos, até porque não pode ser normalizada a prática da privatização dos lucros e da socialização dos prejuízos.
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