|Palestina

Palestiniano levado de Gaza apareceu morto em cárcere israelita

Um homem de 35 anos, levado da Faixa de Gaza a 3 de Março do ano passado, faleceu numa cadeia israelita, informaram organizações palestinianas de defesa dos direitos dos presos.

Imagem filtrada de um campo de tortura da ocupação no deserto de Naqab (Neguev) Créditos / Al Mayadeen

A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos e a Sociedade dos Presos Palestinianos revelaram num comunicado conjunto, esta segunda-feira, que Mus’ab Hani Haniyeh, de 35 anos, faleceu no passado dia 5 de Janeiro – sem que as autoridades da ocupação tenham feito qualquer referência à causa da morte.

Haniyeh foi detido e levado pelas forças sionistas a 3 de Março de 2024 e não sofria de quaisquer problemas sérios de saúde antes disso, refere o comunicado.

«A ocupação indica que está a decorrer uma investigação, numa tentativa de se evadir a qualquer responsabilidade internacional», denuncia o texto, precisando que, com esta morte, sobe para 59 o número de palestinianos falecidos sob custódia israelita desde o início da ofensiva genocida contra a Faixa de Gaza, a 7 de Outubro de 2023.

Ambas as organizações apontaram a morte de Haniyeh como mais um crime, que se junta à longa lista de crimes cometidos contra os presos palestinianos nas cadeias israelitas.

Também manifestaram preocupação com o aumento de mortes de presos palestinianos, afirmando que milhares se encontram detidos em prisões israelitas e são submetidos a tortura, fome, negligência médica, agressões sexuais e doenças contagiosas, refere a PressTV.

O texto exige ainda às autoridades da ocupação que cumpram os tratados e as normas internacionais que garantem a protecção dos prisioneiros.

Organizações internacionais devem intervir

A este propósito, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros reclamou uma investigação internacional que esclareça os crimes perpetrados contra os presos palestinianos.

Em comunicado, a tutela afirma encarar com grande preocupação o número crescente de mortes entre os detidos palestinianos, sobretudo da Faixa de Gaza (38 desde 7 de Outubro de 2023).

Também denunciou «as práticas atrozes e os métodos letais de tortura contra os prisioneiros», assinalando que muitos deles estão em parte incerta e que as autoridades da ocupação não facultam dados sob os seus destinos.

Neste contexto, a diplomacia palestiniana instou a «comunidade internacional, em especial as organizações humanitárias, a intervir para os proteger e obrigar as autoridades israelitas a cumprir as suas obrigações».

Frisou igualmente a importância de a Comissão de Inquérito das Nações Unidas assumir as suas tarefas e investigar estes assassinatos extrajudiciais, que violam de forma flagrante a Convenção de Genebra.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui