Intelcia: de greve em greve até à greve geral na empresa

As previsões metereológicas para os dias 17 de 18 de Março forçaram o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN) a desconvocar as concentrações agendadas para esses dias, mas as restantes acções de luta por «melhores condições de trabalho e pela aplicação do art.º 498.º-A que a empresa teima em não cumprir» mantêm-se.

Segundo o sindicato, em comunicado enviado ao AbrilAbril, a Intelcia «continua a manter os trabalhadores sem os direitos consagrados na contratação colectiva em conformidade com o Art.º 498.º-A do Código do Trabalho»: segundo esta norma, os trabalhadores da Intelcia deviam ser abrangidos pela contratação colectiva em vigor na Altice. Desta forma, os trabalhadores são ilegalmente «impedidos de ter acesso a uma carreira profissional e respectivas progressões salariais».

«Somos nós quem diariamente “dá a cara” pela empresa, pelos serviços prestados, pelas anomalias que ocorrem, pelos problemas que surgem, procuramos resolver as situações em tempo real», queixam-se os trabalhadores. «Muitas das vezes é sobre nós que o cliente descarrega insatisfações e descontentamentos e no final a empresa ainda obriga a que o cliente nos avalie sobre processos onde não tivemos qualquer envolvimento, excepto no facto de em cumprimento da nossa actividade lhe termos ligado ou recepcionado o seu telefonema ou reclamação».

O SNTCT denuncia ainda que muitos trabalhadores, num universo de cerca de 7 mil, «estão à beira da exaustão psicológica» e não são poucos os que, nos dias de hoje, «dependem de fármacos para cumprir as suas tarefas diárias».

Pela negociação de melhores salários, a aplicação dos direitos da contratação colectiva e a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, os trabalhadores começaram no dia 17 uma greve de 1h diária, ao final do dia, que culminará numa greve de 24h no dia 28 de Março.