As forças da paz, todos aqueles que defendem os direitos dos povos e os direitos humanos, todos aqueles que se posicionaram contra as guerras do Iraque e da Líbia «não devem ficar indiferentes perante a guerra de agressão contra a Síria e o seu povo», lê-se no documento, cujos promotores defendem que «só ao povo da Síria cabe decidir do seu presente e futuro, livre de qualquer ingerência externa».
Neste sentido, as organizações que subscrevem o texto, «preocupadas com a continuação e o agravamento da guerra de agressão à Síria, com os riscos que a situação representa para a Paz mundial», reclamam o fim da ingerência e da agressão à Síria, bem como do apoio que é dado aos grupos mercenários e à sua acção de terror e destruição; exigem que seja prestado apoio urgente «às populações afectadas, aos milhões de deslocados e refugiados, vítimas da guerra de agressão».
Cruel guerra de agressão
«Centenas de milhares de mortos e feridos, milhões de deslocados e refugiados, a destruição do país» são os resultados da cruel guerra de agressão que a Síria e o seu povo enfrentam há mais de cinco anos, na sequência da ingerência externa e da acção de terror de grupos de mercenários, financiados, treinados e armados, entre outros, pelos EUA, a França, o Reino Unido, Israel, a Turquia, a Arábia Saudita, o Qatar.
Os EUA e seus aliados tentam impor uma «mudança de regime», desrespeitando «a soberania e os direitos do povo sírio, incluindo os seus mais elementares direitos humanos e os princípios da Carta das Nações Unidas», lê-se no documento, que sublinha, de igual modo, os «hediondos crimes» cometidos contra as populações pelos grupos terroristas que agem na Síria, para destruir o Estado sírio, «incluindo a sua tradição secular, laica e de liberdade religiosa».
Domínio sobre o Médio Oriente
Tal como ocorreu com as guerras de agressão ao Iraque e à Líbia, «a guerra contra a Síria insere-se no objectivo dos Estados Unidos de impor o seu domínio sobre o Médio Oriente», uma operação – lê-se no texto – acompanhada por uma vasta «campanha mediática de manipulação e mentira», que tem como propósito levar a que as guerras de agressão sejam aceites e consideradas justificáveis.
«A insistência dos EUA e seus aliados na escalada de confronto "aumenta os riscos de agravamento do conflito, com consequências imprevisíveis"»
Os promotores do manifesto sublinham que os EUA e seus aliados – como Israel e a Turquia – desrespeitam a independência e a integridade territorial da Síria não apenas pelo apoio activo que prestam aos grupos mercenários, mas também por via da sua intervenção militar directa no país, à revelia das autoridades sírias e da legalidade internacional. Uma situação em tudo divergente da das forças russas e iranianas, cuja presença em território sírio, apoio militar e combate aos grupos mercenários ocorrem a pedido do Governo sírio e no respeito pela soberania e independência do país.
A insistência dos EUA e seus aliados na escalada de confronto «aumenta os riscos de agravamento do conflito, com consequências imprevisíveis», alerta o documento.
Organizações subscritoras até ao momento
Para além do CPPC, firmaram o manifesto, até ao momento, cerca de duas dezenas de associações, colectividades e sindicatos: CGTP-IN, Associação de Amizade Portugal-Cuba, Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e Desporto, Juventude Comunista Portuguesa (JCP), Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, MURPI – Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos, Ecolojovem – «Os Verdes», Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), Mó de Vida – Cooperativa, União dos Sindicatos do Norte Alentejano (USNA), Associação «Os Pioneiros de Portugal», Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht), Confederação Portuguesa dos Quadros Técnicos e Científicos, Fiequimetal, União dos Sindicatos de Lisboa (USL), CMA-J – Colectivo Mumia Abu-Jamal.
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