Numa nota, a Marcha Patriótica informa que três membros de organizações que integram o movimento foram assassinados no final da semana passada; outros dois conseguiram sobreviver aos atentados levados a cabo por sicários.
Rodrigo Cabrera, agricultor, líder agrário da zona de Altamira e militante da Marcha Patriótica no departamento de Nariño, é a vítima mais recente da onda de violência contra membros da Marcha Patriótica. Foi morto a tiro no dia 19, no município de Policarpa, quando ia a caminho de casa.
No mesmo departamento, Danilo Bolaños Díaz, membro da Asociación de Trabajadores Campesinos de Nariño (Astracan), sobreviveu a um atentado, no dia 18, quando se dirigia para o município de La Unión, depois de ter assistido a uma reunião pela paz em Leiva.
No departamento de Caquetá, um outro líder agrário, Hugo Cuéllar, sobreviveu a um atentado no município de San Vicente del Caguán, no dia 19, quando regressava do velório de Erley Monroy, assassinado na véspera na mesma região.
Erley Monroy e Didier Losada Barreto, ambos dirigentes da Asociación Campesina Ambiental de Losada Guayabero (ASCAL-G), foram assassinados no dia 18 por desconhecidos. Losada Barreto era dirigente agrário na região de Macarena (departamento de Meta).
De acordo com a Marcha Patriótica, na sequência das denúncias feitas pelo movimento e por organizações de direitos humanos, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, convocou «uma comissão de alto nível» para «tomar acções contra crimes e agressões a líderes sociais».
Por seu lado, a TeleSur informa que uma comissão das Nações Unidas irá investigar os assassinatos de «dirigentes comunitários» ocorridos nos últimos dias na Colômbia.
Carta aberta a Santos
Tendo em conta a gravidade da situação, o Secretariado Nacional das FARC-EP enviou uma carta aberta ao presidente da República, na qual insta o chefe de Estado colombiano a tomar uma posição, perante o povo da Colômbia, no que respeita ao «“Plano Pistola” que tem vindo a ser executado contra dirigentes populares em todo o país».
Para as FARC-EP, a situação é «dramática e preocupante» – mais de 200 mortos só este ano – «sob um completo manto de impunidade», e pela qual são responsáveis os mesmos que lucraram – dinheiro, privilégios e poder – com a guerra e para quem nunca haverá um acordo de paz satisfatório.
Neste sentido, as FARC-EP pedem a Santos que acabe com a guerra suja e tome as decisões necessárias para efectivamente desarticular o paramilitarismo, considerando inadmissível que se mantenha uma cortina de fumo para esconder as responsabilidades de alguns que fazem parte do bloco de poder dominante.
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