Afinal o BE não vai apoiar a iniciativa do PSD de criação de uma comissão de inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos (CGD) depois de Catarina Martins se ter disponibilizado para a viabilizar no último debate quinzenal. Depois de receber o texto que fixava o objecto da comissão, o líder parlamentar bloquista anunciou em conferência de imprensa na Assembleia da República que o partido mantém a proposta de uma auditoria forense e acusou o PSD de criar obstáculos à recapitalização do banco público.
Pouco depois do anúncio de Pedro Filipe Soares, o presidente do grupo parlamentar do PSD revelou que a comissão de inquérito proposta deve «apurar as práticas da CGD no domínio da concessão e gestão de créditos» desde a entrada de Portugal na moeda única. Para além da diferença de modelo, o BE pretende que o escrutínio à gestão da Caixa recue até 1996.
Luís Montenegro falou aos jornalistas acompanhado do deputado Adolfo Mesquita Nunes do CDS, partido que acompanha o PSD na iniciativa de impôr uma comissão de inquérito parlamentar à instituição bancária.
Após o anúncio da iniciativa na última quarta-feira, durante o debate quinzenal, têm-se multiplicado as vozes que se opõe ao inquérito parlamentar à CGD. Os alertas para os riscos de fragilização do sistema bancário português, e da Caixa em particular, foram lançados logo a seguir ao debate quinzenal pelo deputado do PCP Miguel Tiago. Nos últimos dias vários comentadores acompanharam essas preocupações, incluindo ex-ministros das finanças de governos do PSD e do CDS como Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix.
O PCP considera que, através da iniciativa parlamentar, o PSD pretende apenas fragilizar o banco público com vista à sua futura privatização. Carlos César, líder parlamentar do PS, também anunciou a oposição do partido a um inquérito parlamentar à Caixa. À excepção do CDS, Catarina Martins foi a única a revelar abertura à inciativa do PSD.
A Assembleia da República tem como competência própria a fiscalização dos governos, que detêm a tutela do banco público através do Ministério das Finanças. Desde a criação do Banco Central Europeu e a entrada em vigor da moeda única, metade dos ministros das Finanças foram indicados pelo PSD ou pelo CDS.
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