A declaração foi feita, na noite de terça-feira, à televisão pública alemã: «A pressão sobre a Grécia para que faça reformas deve ser mantida, caso contrário não podem permanecer na união monetária.»
Apesar de expressar preocupação com as recentes eleições na Áustria e as próximas presidenciais francesas, com a subida da extrema-direita, que também se prevê que aconteça na própria Alemanha, Schäuble opta por apontar o dedo à Grécia.
As regras do euro e da União Europeia não prevêem qualquer mecanismo de expulsão de um membro da união monetária. No entanto, vários responsáveis, com o ministro alemão à cabeça, não se têm coibido de usar essa ameaça.
Já no Verão de 2015, nas vésperas de o Syriza abdicar do programa eleitoral com que foi eleito em Janeiro desse ano, Schäuble acenou com uma «saída temporária» da Grécia da zona euro, posição que acabou por passar para um documento aprovado pelos ministros das Finanças dos países da união monetária.
Angela Merkel chegou a desmentir essa possibilidade, mas isso não impossibilitou que o seu ministro das Finanças voltasse a ameaçar com a expulsão no final do ano passado e que o volte a fazer agora.
A Grécia recebeu mais de 280 mil milhões de euros em empréstimos da troika desde 2010, a que se somam cortes superiores a 100 mil milhões na dívida pública helénica. Apesar disto, o país continua com um endividamento superior a 170% do Produto Interno Bruto e acumula sete anos de recessão económica.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui