Ex-trabalhadores dos estaleiros de Viana vêm a Lisboa protestar

No dia 28 de Abril, os ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vão promover uma marcha em Lisboa, até ao Ministério do Trabalho, para exigir uma resposta do Governo a um contexto em que muitos estão sem qualquer apoio.

Se não houver regime de excepção, muitos dos antigos trabalhadores dos ENVC vão ficar sem qualquer apoio
Créditos / Norte Negócios

Cerca de uma centena de antigos trabalhadores dos ENVC decidiram que, se não obtiverem resposta do Governo, marcharão até ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, onde entregarão um documento com as suas reivindicações.

Em 2014, quando o governo do PSD e do CDS-PP decidiu subconcessionar os ENVC ao grupo Martifer, afirmou que o problema de cerca de 200 trabalhadores estava resolvido, uma vez que iriam para a reforma, e que os outros 400 seriam inseridos na subconcessionária dos ENVC. No entanto, passados mais de dois anos, a realidade não é essa.

Quando os estaleiros foram subconcessionados tinham 609 trabalhadores. O plano de rescisões amigáveis a que os trabalhadores foram convidados a aderir custou ao Estado 30,1 milhões de euros.

Os trabalhadores consideram que deve haver uma excepção porque, para além das penalizações normais da lei, foram penalizados pelo mútuo acordo. A comissão representativa dos ex-trabalhadores do ENVC informa que saíram da empresa 180 funcionários com idade inferior a 45 anos à data da rescisão, a quem já terminou o subsídio há um ano, pelo menos, e que não têm qualquer apoio nem estão no mercado de trabalho.

Já os ex-trabalhadores que, à data da rescisão, tinham entre 45 e 51 anos, são cerca de uma centena e ficaram por esta altura sem o subsídio, não tendo idade para o acesso à reforma antecipada por carreira de longa duração. Para os cerca de 250 trabalhadores que tinham entre 52 e 62 anos, uma parte terá acesso à reforma antecipada, mas cerca de 50 ainda não vão atingir a idade – 57 anos – e vão ter de aguardar um ou dois anos.

A comissão representativa foi criada em Setembro do ano passado com o objectivo de encetar esforços para resolver a situação dos trabalhadores desempregados, a quem «não foram cumpridas as promessas».

Os trabalhadores solicitam «a intervenção e resolução junto das entidades responsáveis do país perante a grave situação social e económica que irá afectar estes trabalhadores e suas famílias».

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