«Estavam a estudar o nosso problema. Até à data nada de concreto tem sido definido», lamentou António Ribeiro, representante dos ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), em declarações à Lusa, citadas pelo Sapo, no final da reunião.
«Nós sempre quisemos trabalho. Há muita gente como eu, nova para a reforma e que está numa situação dramática», acrescentou, lembrando que, actualmente, 50 daqueles funcionários estão sem meios de subsistência, tendo em conta que começaram a perder o subsídio de desemprego a partir Maio e que não tiveram direito ao subsídio social.
Estão nesta situação específica 50 trabalhadores que não atingiram os 57 anos exigidos pela lei para requererem a reforma antecipada por desemprego prolongado e que ainda não foram reintegrados no mercado de trabalho.
«Tem havido falta de seriedade, solidariedade e respeito por parte do poder local e central para com os ex-trabalhadores dos ENVC, que durante muitos anos ainda contribuíram e continuam a contribuir para a economia da região e do País», afirmou António Ribeiro dias antes da reunião com a Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Em 2014, quando o governo do PSD e do CDS-PP decidiu subconcessionar os ENVC ao grupo Martifer, afirmou que o problema de cerca de 200 trabalhadores estava resolvido, uma vez que iriam para a reforma, e que os outros 400 seriam inseridos na subconcessionária dos ENVC. No entanto, tal não aconteceu.
Quando os estaleiros foram subconcessionados, tinham 609 trabalhadores. O plano de rescisões amigáveis a que os trabalhadores foram convidados a aderir custou ao Estado 30,1 milhões de euros.
Desde que foi criada, em Setembro do ano passado, a Comissão Representativa dos Ex-Trabalhadores dos ENVC tem vindo a reunir com diversas entidades, como partidos políticos ou a Câmara Municipal de Viana do Castelo, no intuito de encontrar uma solução para os antigos trabalhadores. No dia 28 de Abril deste ano, antigos trabalhadores dos ENVC marcharam até ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, onde entregaram um documento dirigido ao ministro a expor a situação e propor soluções.
António Ribeiro destacou a «dificuldade» com que estes trabalhadores se têm confrontado nas tentativas de reintegração no mercado de trabalho local, afirmando que «ao nível do tecido empresarial do concelho é muito difícil, logo à partida por causa da nossa idade. Quem contrata trabalhadores com mais de 50 anos?», sublinhou.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui