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Sindicatos defendem a integração de todos os que sofrem da precariedade

Nas negociações com o Governo sobre o Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários da Administração Pública (PREVPAP), os sindicatos afirmam não concordar que só os trabalhadores com pelo menos três anos de serviço possam ser integrados.

Segundo Ana Avoila, a função pública tem 72000 trabalhadores na posição 2 da TRU e a posição 1 está vazia
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Decorreram ontem reuniões de negociação sobre o PREVPAP entre os secretários de Estado da Administração Pública, Carolina Ferra, e do Emprego, Miguel Cabrita, e os sindicatos da Função Pública.

É na próxima reunião, marcada para 26 de Junho, que será possível perceber se a proposta de lei, que o Governo se comprometeu a enviar para o Parlamento até final de Julho, responde às principais questões colocadas pelos sindicatos.

Segundo o documento de trabalho enviado pelo Governo aos sindicatos, a proposta de lei «abrangerá as situações das pessoas que entre 1 de Janeiro de 2017 e 4 de Maio de 2017 exerciam funções que venham a ser reconhecidas como correspondentes a necessidades permanentes», em condições de «horário completo e sujeição ao poder hierárquico», e que não tenham um vínculo jurídico adequado «durante, pelo menos, os três anos que antecederam a primeira daquelas datas».

Também os trabalhadores enquadrados nos contratos emprego-inserção ou nos contratos emprego-inserção+, dirigidos aos desempregados, poderão ser considerados «no decurso dos três anos anteriores a 1 de Janeiro de 2017».

«Quem está em funções permanentes é porque faz falta aos serviços»

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Função Pública (CGTP-IN), Ana Avoila, afirmou que a estrutura sindical não aceita que só os trabalhadores em situação precária com pelo menos três anos de serviço possam ser integrados e exige que não haja limitação de tempo.

«Achamos que quem tem funções permanentes deve ter um posto de trabalho e é nesta base que estamos a discutir com o Governo. Como vai haver reunião para a semana, vamos ver o que o Governo diz porque, se se mantiver a questão dos três anos, ficam de fora milhares de trabalhadores que neste momento fazem falta aos serviços», afirmou aos jornalistas a dirigente sindical no final do encontro.

Ana Avoila reiterou que «quem está em funções permanentes é porque faz falta aos serviços» e, por isso, «tem de ter lugar nos mapas de pessoal e tem de ir a concurso como os outros, independentemente dos anos de serviço» e desafiou o Governo a dizer «até onde pode ir ou não».

Relativamente ao número de funcionários públicos em situação de precariedade que apresentaram requerimentos para serem considerados no âmbito do PREVPAP, a responsável da Frente Comum afirmou que «foram cerca de 16 900 trabalhadores», segundo informações transmitidas pelo executivo, o que considerou ser «muito pouco», tendo em conta que o levantamento do número de trabalhadores do Estado com vínculo precário apontava para 110 mil pessoas e já descontando os professores e os trabalhadores das autarquias (que ficam de fora deste programa), «pelo menos 60 mil trabalhadores ficavam em condições» de solicitar a sua integração nos quadros.

«Como vai haver reunião para a semana, vamos ver o que o Governo diz porque, se se mantiver a questão dos três anos, ficam de fora milhares de trabalhadores que neste momento fazem falta aos serviços»

Ana Avoila, Frente Comum

O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP/UGT), José Abraão, afirmou que o Governo manifestou «alguma abertura» para integrar trabalhadores precários do Estado que tenham menos de três anos de serviço.

«Ficou a abertura para que se possam acomodar até períodos inferiores aos três anos, seja por intermédio das especificidades das carreiras, seja pelas necessidades permanentes dos serviços», afirmou o dirigente sindical aos jornalistas no final da reunião.

José Abraão sublinhou que, relativamente a estes contratos, «será difícil encontrar alguém com três anos nas condições em que o documento aponta», mas acrescentou que há disponibilidade para melhorar a proposta final.

A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, referiu que os três anos de serviço tratam-se de «um prazo de referência» e que os trabalhadores que não tenham este período não devem deixar de apresentar o requerimento.

A presidente do STE disse que «ainda há algumas coisas para fazer e para melhorar», mas mostrou-se satisfeita com a reunião de hoje: «Estamos a caminho de conseguir uma situação que é satisfatória para os trabalhadores».

Outro dos pontos que está a ser discutido é o nível salarial onde serão colocados os trabalhadores que venham a ser abrangidos pelos concursos de regularização.

Os trabalhadores da administração pública e do sector empresarial do Estado em situação precária têm até ao final de Junho para apresentarem pedidos de vínculo permanente com o Estado. Em Julho é a vez de os dirigentes de serviços proporem os trabalhadores com vínculos precários que gostariam de ver integrados.


Com Agência Lusa

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