Os 17 jovens foram detidos depois de participarem em manifestações estudantis saarauís, indica o por un sahara libre. Segundo as informações recolhidas pelo observador internacional Emilio García, os estudantes pertencem à Universidade Ibn-Zohr (Agadir) e Kadi Aiad (Marraquexe), tendo o primeiro grupo sido detido a 24 de Janeiro de 2016.
As autoridades marroquinas acusam os 17 estudantes da morte premeditada de um civil, da destruição de imóveis e de incentivar destruição de bens e imóveis. No entanto, Emilio García apurou junto de uma organização estudantil saarauí que as autoridades marroquinas têm oferecido aos jovens, repetidamente, a liberdade ou a redução da acusação caso reneguem as suas convicções políticas.
Desde que foram detidos, os jovens têm sido submetidos a «maus-tratos e torturas» de forma sistemática, informa o por un sahara libre, tendo os estudantes realizado várias greves de fome para reivindicar, entre outras coisas, «assistência médica básica para os torturados».
Além disso, as famílias dos estudantes presos «têm sido perseguidas» pelas autoridades marroquinas, que não lhes faculta o direito de visita de forma regular, de acordo com a própria lei marroquina.
«Sem as garantias mínimas»
Emilio García, na sua qualidade de observador internacional, membro da Solidariedade Galega co Pobo Saharaui (Sogaps), acreditado pela Fundación Sahara Occidental, tentou entrar no Tribunal de Marraquexe no dia 13 de Junho, acompanhado por um tradutor, mas foi impedido, tendo sido informado que não podia entrar no edifício. Então, o julgamento já tinha sido adiado para quinta-feira, 22. Agora, a sessão está marcada para dia 6 de Julho.
Os estudantes já estiveram várias vezes em tribunal, em sessões de curta duração. No dia 9 de Maio, o tribunal limitou-se a ouvir as acusações e os jovens, que «reafirmaram a sua inocência» e «declaram não abdicar das suas convicções em relação à legítima luta pela autodeterminação do povo saarauí por meios não violentos», segundo referiu Cristina Benítez de Lugo, advogada de Madrid e observadora presente.
A Associação Profissional de Advogados Saarauís em Espanha (APRASE) denuncia que, tal como o dos presos políticos de Gdem Izik, este julgamento «não conta com as garantias mínimas requeridas por um processo penal».
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