No texto, divulgado pela agência Sahara Press Service (SPS), o Ministério dos Assuntos dos Territórios Ocupados e da Diáspora informa que Omar Bahia Al Hassan, de 58 anos, «foi levado morto da prisão de El Aaiun ocupada para a morgue do hospital» dessa cidade.
Al Hassan foi «enterrado num cemitério sem que a sua família recebesse os resultados da autópsia», refere a nota, que acusa a ocupação marroquina de ser responsável pelo seu assassinato.
O Ministério destaca a violação sistemática do direito internacional humanitário por parte de Marrocos, que insiste na prática de «crimes atrozes contra civis saarauís», em que se incluem detenções arbitrárias, torturas, assassinatos, execuções extrajudiciais, deportações forçadas e deslocamentos, bem como «a destruição, o saque, o roubo e o confisco de propriedade privada».
A este propósito, o governo saarauí «lamenta» a falta de acção das Nações Unidas, presente no território desde 1991 e que «não mexeu um dedo para evitar a morte» deste cidadão.
Também exigiu uma «investigação internacional independente sobre as circunstâncias e condições da detenção e da morte» de Omar Bahia Al Hassan, assim como das dezenas de casos de cidadãos saarauís que perderam a vida sob a ocupação marroquina.
Igualmente na terça-feira, a Comissão Nacional de Direitos Humanos denunciou e condenou «o crime cometido pelas autoridades de ocupação marroquinas», em alusão à morte de Omar Bahia Al Hassan.
Em comunicado divulgado pela SPS, a organização reclamou castigo para os responsáveis pelo crime, lembrando que a ocupação marroquina é responsável por muitos outros «assassinatos deliberados de cidadãos saarauís desarmados».
Neste contexto, a Comissão Nacional de Direitos Humanos requer ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e à Organização das Nações Unidas que «assumam a sua responsabilidade de proteger os civis» no Saara Ocidental.
Solidariedade com o Saara Ocidental
Esta terça-feira, realizaram-se duas iniciativas solidárias com o Saara Ocidental em que participou Omar Mih, representante da Frente Polisário em Portugal, indica o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) na sua página de Facebook.
Na biblioteca da escola EB2,3 Soares dos Reis, em Vila Nova de Gaia, teve lugar uma conversa com alunos e professores em que também participaram Ilda Figueiredo e João Rouxinol, da parte do CPPC.
Ao final da tarde, na sede do Sindicato dos Professores do Norte, no Porto, realizou-se um debate, em que participaram Omar Mih, Ilda Figueiredo, Henrique Borges (professor) e João Miguel Martins (advogado).
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