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Dívida pública grega é «insustentável», diz o FMI

Alemanha explora crise grega para melhorar contas públicas

A Alemanha já lucrou, pelo menos, 1,34 mil milhões de euros com a dívida grega, de acordo com a edição em inglês do jornal germânico Handelsblatt.

Angela Merkel, a chanceler alemã, está à procura de garantir mais um mandato nas eleições federais, marcadas para 24 de Setembro. Na foto, com o primeiro-ministro italiano e o presidente francês, em Trieste (Itália). 12 de Julho de 2017
CréditosAndrea La Sorte / EPA

O valor resulta da soma dos juros pagos pela Grécia pelos empréstimos concedidos pelo banco estatal alemão KfW, em 2010, e da parcela germânica dos lucros do Banco Central Europeu (BCE) com os programas de compra de dívidas soberanas.

Os dados foram confirmados pelo Ministério das Finanças alemão, em resposta a uma questão de um parlamentar. O governo de Angela Merkel tem sido acusado, interna e externamente, de lucrar com a crise económica e financeira de vários países europeus (como a Grécia, mas também Portugal), e, assim, manter saldos orçamentais positivos. Desde 2014 que o país regista um superávite orçamental.

A maior fatia da dívida pública grega está nas mãos do BCE e a Alemanha é o país a quem corresponde o valor mais elevado. Dos 240 mil milhões de euros de dívida pública grega assumida por Bruxelas e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), cerca de 30% corresponde à parcela germânica.

Os programas de compra de dívidas soberanas têm gerado avultados lucros, que deveriam ser distribuídos pelos países emitentes de dívida: no caso dos lucros com a dívida grega, o valor deveria ser entregue à Grécia. No entanto, de acordo com as regras de Bruxelas, como o governo helénico do Syriza negociou um terceiro programa de «resgate» financeiro, essas transferências foram suspensas.

A dívida publica grega corresponde a cerca de 180% do produto interno bruto (PIB) do país, um valor que é considerado «insustentável» pelo FMI. Por outro lado, a União Europeia (com o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, à cabeça) tem repetido exigências de mais cortes na despesa pública, enquanto os recusa em relação à dívida pública.

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