|investimento público

PCP vai lutar por aumentos nas pensões e reformas em 2018

Jerónimo de Sousa: sem financiamento «bem podemos ficar pelas boas intenções»

O secretário-geral do PCP lembrou que não se pode contar com o PSD para resolver os problemas nacionais, como demonstra a sua última passagem pelo Executivo.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, numa acção de contacto da CDU (PCP-PEV) com a população, realizada em Ermesinde, Valongo. 19 de Agosto de 2017
CréditosLuís Vieira / Agência LUSA

Questionado pela Lusa sobre o desafio feito por António Costa ao PSD para um pacto depois das autárquicas, hoje noticiado pelo Expresso, Jerónimo de Sousa considerou que o primeiro-ministro é um «homem de grande fezada» e considera «estranho» querer contar com o PSD que durante «quatro anos no Governo desactivou importantes infraestruturas, importantes obras públicas que estavam em curso».

«O senhor primeiro-ministro, com certeza é um homem de grande fezada, acha que o PSD pode fazer uma reciclagem em relação aos objectivos que têm animado durante a governação dos últimos anos», declarou Jerónimo de Sousa, referindo que o PCP considera que o que é realmente importante é que Portugal se consiga preparar na questão do Portugal 2020 para «ir o mais longe possível».

«Não bastam acordos tácitos», acrescentou Jerónimo de Sousa, relembrando também que a questão dos pactos não «é grande novidade».

«Já foram feitos e refeitos com o PS, PSD e CDS e, no mínimo, é estranho que se possa querer contar com o PSD em relação a problemas de fundo, no plano das estruturas, no plano dos transportes, no plano das obras públicas», disse.

«Acho que essa questão do pacto, o Partido Socialista continuará a confiar nas boas vontades e na boa disposição do PSD, não percebendo nós, como é que o responsável pela paragem das obras públicas, pela destruição das nossas infraestruturas, pela sua degradação, é a solução de parceria», completou, elencando o exemplo do IP8 e os problemas em escolas secundárias de Ermesinde (concelho de Valongo), onde «chove há muitos anos» e que o anterio governo «abdicou» de resolver e em relação aos quais «ficou indiferente».

«Há grandes anúncios, sempre houve grandes anúncios, mas enquanto não se encontrar o financiamento orçamental bem podemos ficar pelas boas intenções e é por isso que nós já pensamos no quadro já do próximo Orçamento do Estado e no quadro do Portugal 2020 darmos a nossa contribuição para avançar em relação a problemas estruturais que temos na nossa sociedade».

O secretário-geral do PCP comprometeu-se hoje em Ermesinde, durante o seu discurso numa praça pública, junto à estação de comboios daquela freguesia, que ia lutar pelo «aumento das reformas e das pensões» no próximo Orçamento de Estado.

«Assumimos o compromisso que no próximo Orçamento do Estado vamos lutar para aumentar as reformas e as pensões», afirmou, recordando que foi o PCP que deu «um empurrão» para concretizar o aumento extraordinário das pensões e reformas, ainda que de forma limitada.

«Dois milhões de reformados verificaram aumentos de seis a 10 euros a partir de Agosto» e a partir de setembro, por proposta do PCP, «370 mil alunos do primeiro ciclo vão ter manuais gratuitos», recordou.


Com Agência Lusa

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui