|Festa do Avante!

Jerónimo de Sousa abriu a iniciativa, com um mundo lá dentro

A Festa de portas abertas

O secretário-geral do PCP, diante um mar de alegria, na abertura da Festa do Avante! – «uma marca de água deste partido» –, afirmou que «a CDU faz falta o plano local mas também a nível nacional.».

O trabalho do colectivo de militantes e amigos da Festa do «Avante!» para a sua construção foi destacado por Jerónimo de Sousa no acto de abertura. 1 de Setembro de 2017
CréditosPedro Soares / AbrilAbril

Passavam poucos minutos das 19h quando Jerónimo de Sousa tomou a palavra no acto de abertura da edição deste ano da Festa do Avante!, a iniciativa político-cultural que o PCP ergue, «com criatividade e arte por milhares de militantes do Partido, da JCP e amigos da Festa», e abre, no primeiro fim-de-semana de Setembro, aos muitos que anualmente reservam essas datas nas suas agendas.

Uma «obra colectiva fascinante», classificou o secretário-geral do PCP, fruto das «milhares de horas de trabalho voluntário e militante em que cada um sente a Festa como sua».

Mas os meses de preparação e construção da Festa do Avante! não foram um período em que o PCP «fechou para obras», avisou Jerónimo de Sousa. Ao mesmo tempo, no âmbito da CDU, foram preparadas e apresentadas candidaturas às eleições autárquicas de 1 de Outubro «em 304 dos 308 concelhos do Continente e das regiões autónomas da Madeira e dos Açores».

«A Festa do Avante! constituirá um momento importante para dar força e confiança nesta batalha exigente em que a CDU é força necessária ao Poder Local», sublinhou o secretário-geral comunista perante os aplausos dos muitos milhares que marcaram presença no acto de abertura.

«Libertar Portugal do garrote»

No plano nacional, Jerónimo de Sousa referiu-se ao noticiado aumento do mínimo de existência, uma medida «no sentido de repor a protecção fiscal dos salários e pensões de mais baixo valor», pela qual o PCP se bateu e que «o Governo veio agora admitir», mas em que se espera «que vá mais longe».

No entanto, o secretário-geral do PCP alertou para «outros défices mais importantes», que «exigem opções e um outro rumo e prioridade». Para os comunistas,  é necessário «libertar Portugal do garrote que nos é imposto pelos constrangimentos da União Europeia e do Euro».

A situação vivida na PT, que já foi a maior empresa nacional, é um exemplo das consequências de entrega de um sector estratégico ao capital monopolista, afirmou. Por isso, o PCP já entregou na Assembleia da República uma iniciativa legislativa para reforçar a protecção dos trabalhadores, cujos postos de trabalho estão ameaçados pelas intenções da multinacional Altice, dona da PT.

Luta dos trabalhadores: «incontornável e insubstituível»

O «quadro contraditório» traçado por Jerónimo de Sousa, exige que os trabalhadores assumam a luta «a partir dos seus anseios, das suas reivindicações concretas e legítimas nas empresas e sectores» – uma acção «incontornável e insubstituível».

Num «tempo em que há reposição, defesa e conquista de salários e direitos», o secretário-geral do PCP denuncia a «acção concertada de várias empresas, tendo como guarda avançada as multinacionais», no ataque aos horários de trabalho e ao «avanço civilacional do sábado como dia de descanso».

Os trabalhadores da Autoeuropa cumpriram um dia de greve, quarta-feira, 30, contra a intenção da empresa de impor o sábado como dia de trabalho obrigatório, que paralisou a produção da fábrica da Volkswagen em Palmela.

«Os trabalhadores contarão sempre com o PCP na linha da frente dos combates que é preciso travar», deixou Jerónimo de Sousa.

Para a discussão do Orçamento do Estado para 2018, o secretário-geral do PCP prometeu «iniciativas e propostas para concretizar muito do que falta», inclusivamente do que estava inscrito no Orçamento deste ano. «Reposição de salários, rendimentos e direitos e mais justiça fiscal, e para eliminar o que subsiste de cortes e congelamentos feitos pelo Governo anterior» vão continuar a ser a prioridade do seu partido.

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