As eleições para a comissão de trabalhadores da Autoeuropa estão agendadas para amanhã, a que se apresentam seis listas, após o chumbo pelos trabalhadores do acordo sobre o trabalho ao sábado.
Os membros da lista maioritária da comissão cessante demitiram-se depois de 75% dos trabalhadores da unidade da Volkswagen em Palmela rejeitarem o acordo em referendo e cumprirem um dia de greve contra a desregulação dos horários, que paralisou a produção por completo, a 30 de Agosto.
Uma das listas é encabeçada pelo coordenador demissionário, Fernando Sequeira, que substituiu o dirigente do BE António Chora – reformado após ver um pré-acordo que negociou com a empresa rejeitado pela maioria dos trabalhadores –, e procura manter a posição maioritária na comissão de trabalhadores, com quem a administração da empresa estabeleceu um canal de negociação privilegiado.
A atitude da Autoeuropa insere-se na estratégia explicitada por António Damasceno Monteiro, num artigo na Análise Social, em 2000, em que justifica o diálogo com a comissão de trabalhadores por esta não poder convocar greves – competência reservada aos sindicatos –, e por permitir influenciar as escolhas e controlar o processo negocial, ficando a administração com a faca e o queijo na mão.
Por outro lado concorre a lista C, integrada por trabalhadores que se destacaram na luta contra a desregulação dos horários de trabalho, como já aconteceu com a intenção de impor o banco de horas na empresa.
Concorrem ainda outras quatro listas, o que torna estas eleições as mais concorridas para o órgão representativo dos trabalhadores.
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