De acordo com o Jornal de Negócios, a Luz Saúde (ex-Espírito Santo Saúde, actualmente detida pela seguradora Fidelidade) recebeu 26,5% dos pagamentos da ADSE a unidades de saúde privadas, ou seja, mais de 120 milhões de euros, em 2016. Este valor corresponde a quase um terço das receitas totais do grupo ao longo desse ano.
O nível de dependência dos pagamentos da ADSE nos hospitais privados, cujos preços o bastonário da Ordem dos Médicos classificou como «absolutamente escandalosos» à Lusa, motivou as alterações aprovadas pelo Conselho Geral e de Supervisão do subsistema de saúde dos trabalhadores do sector público, com uma redução da subsidiação aos grupos de saúde privados.
A medida fez soar alarmes na Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que enviou uma carta aos ministros da Saúde e das Finanças (que tutelam a ADSE conjuntamente) com ameaças de suspensão da prestação de serviços, resultante de «perdas incomportáveis» para os grupos económicos do sector. A redução de despesa da ADSE é estimada pelo seu conselho directivo em cerca de 30 milhões de euros por ano, num total de mais de 450 milhões que são transferidos anualmente para as unidades de saúde privadas.
Para além disto, o Conselho Geral e de Supervisão da ADSE aprovou poupanças para os beneficiários, estimadas em quase 13 milhões de euros por ano, por proposta dos representantes do MURPI, da Frente Comum e dos eleitos pelos beneficiários pela lista G, com o apoio daquelas estruturas.
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