O acordo colectivo foi assinado na madrugada de terça-feira, em Estugarda, entre o IG Metall e uma associação patronal do Sudoeste da Alemanha, a Südwestmetall, abrangendo cerca de 900 mil trabalhadores dos sectores automóvel, metalomecânico, metalúrgico e eléctrico da região de Baden-Württemberg, onde estão sediadas algumas das mais importantes empresas alemãs.
Espera-se que o acordo se estenda agora a outras regiões do país e a outros sectores de actividade, funcionando como um ponto de referência.
O acordo foi firmado na sexta ronda de negociações e após uma sucessão de greves de 24 horas, na semana passada, que, segundo a imprensa alemã e fontes sindicais, terão custado a fabricantes como a Porsche, Daimler, BMW e Airbus cerca de 200 milhões de euros. O IG Metall tinha anunciado que as greves eram só um «aviso».
O sindicato exigia um aumento salarial de 6% e a possibilidade de os trabalhadores poderem optar por uma semana laboral 28 horas ― para cuidarem de crianças, pessoas mais velhas e familiares doentes ― por um período de dois anos, com direito a regressarem à semana de 35 horas no final desse tempo. Inicialmente, o patronato avançou com a proposta de 2,3% de aumento salarial e, posteriormente, de 6,8%, mas sem possibilidade de redução de horário ― algo que o IG Metall não aceitou.
O acordo agora alcançado consagra um aumento salarial de 4,3% para todos os trabalhadores, com efeitos a partir de Abril; o pagamento de um suplemento de 100 euros, relativo ao primeiro trimestre deste ano; e, a partir de 2019, o pagamento de um suplemento de 400 euros anual, a que acresce o pagamento de um suplemento extra, anual, equivalente a 27,5% do salário mensal.
Se optarem pela possibilidade de redução da semana laboral, também consagrada no acordo, os trabalhadores perdem direito ao pagamento suplementar, segundo refere o Financial Times.
Ao aceitar a exigência do IG Metall relativa à semana laboral, o patronato conseguiu, em troca, ver consagrada a possibilidade de as empresas admitirem mais trabalhadores com contratos de 40 horas semanais, em períodos em que a produção é mais intensa.
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