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IG Metall alcança vitória na Alemanha

Após uma série de greves de 24 horas e várias rondas de negociações tensas, o sindicato alemão chegou a um acordo com o patronato que consagra um aumento salarial de 4,3% e a possibilidade de redução da semana laboral de 35 para 28 horas, em prol da conciliação familiar.

Trabalhadores num das greves convocadas pela IG Metall na semana passada
Créditos / Ecuador Metro

O acordo colectivo foi assinado na madrugada de terça-feira, em Estugarda, entre o IG Metall e uma associação patronal do Sudoeste da Alemanha, a Südwestmetall, abrangendo cerca de 900 mil trabalhadores dos sectores automóvel, metalomecânico, metalúrgico e eléctrico da região de Baden-Württemberg, onde estão sediadas algumas das mais importantes empresas alemãs.

Espera-se que o acordo se estenda agora a outras regiões do país e a outros sectores de actividade, funcionando como um ponto de referência.

O acordo foi firmado na sexta ronda de negociações e após uma sucessão de greves de 24 horas, na semana passada, que, segundo a imprensa alemã e fontes sindicais, terão custado a fabricantes como a Porsche, Daimler, BMW e Airbus cerca de 200 milhões de euros. O IG Metall tinha anunciado que as greves eram só um «aviso».

O sindicato exigia um aumento salarial de 6% e a possibilidade de os trabalhadores poderem optar por uma semana laboral 28 horas ― para cuidarem de crianças, pessoas mais velhas e familiares doentes ― por um período de dois anos, com direito a regressarem à semana de 35 horas no final desse tempo. Inicialmente, o patronato avançou com a proposta de 2,3% de aumento salarial e, posteriormente, de 6,8%, mas sem possibilidade de redução de horário ― algo que o IG Metall não aceitou.

O acordo agora alcançado consagra um aumento salarial de 4,3% para todos os trabalhadores, com efeitos a partir de Abril; o pagamento de um suplemento de 100 euros, relativo ao primeiro trimestre deste ano; e, a partir de 2019, o pagamento de um suplemento de 400 euros anual, a que acresce o pagamento de um suplemento extra, anual, equivalente a 27,5% do salário mensal.

Se optarem pela possibilidade de redução da semana laboral, também consagrada no acordo, os trabalhadores perdem direito ao pagamento suplementar, segundo refere o Financial Times.

Ao aceitar a exigência do IG Metall relativa à semana laboral, o patronato conseguiu, em troca, ver consagrada a possibilidade de as empresas admitirem mais trabalhadores com contratos de 40 horas semanais, em períodos em que a produção é mais intensa.

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