O ataque, caracterizado como o «mais significativo» desde a agressão ao Líbano, em 1982, pelo general Tomer Bar à BBC, foi justificado pelos israelitas com uma pretensa violação do seu espaço aéreo por uma aeronave não tripulada iraniana. No entanto, a versão é desmentida pelas forças que operam estes aparelhos na Síria e por um responsável iraniano, o brigadeiro Hossein Salami, que à agência Tasnim garantiu que o seu país não tem qualquer presença militar na Síria.
Ao início do dia de sábado, a Força Aérea israelita desencadeou um ataque à base militar de onde afirma ter partido o aparelho que cruzou o seu espaço aéreo, perto de Palmira. No regresso, um dos caças F-16 despenhou-se já em território israelita, tendo os dois tripulantes conseguido ejectar-se. Segundo afirmações de um responsável militar sírio, citadas pela PressTV, as defesas anti-aéreas terão atingido vários dos aparelhos israelitas.
Em retaliação e após violarem a soberania da República Árabe da Síria, as forças israelitas voltaram a cruzar a fronteira para bombardearem posições militares. No entanto, a PressTV descreve explosões junto à capital, Damasco.
Israel ataca em dia de vitória de Damasco contra o terrorismo
A ofensiva isrealita surgiu precisamente no dia em que o Exército sírio anunciou a eliminação da presença terrorista dos arredores de Alepo, Idlib e Hama (Noroeste da Síria). De acordo com a agência síria SANA, o Daesh foi completamente eliminado destas regiões e apenas restam alguns combatentes da Frente Al-Nusra nos arredores da Alepo. A libertação destas zonas assume importância estratégica, já que permite assegurar linhas de abastecimento e a ligação à fronteira com o Iraque, no Leste do país.
Também ontem, um helicóptero militar turco foi abatido na zona de Afrin, onde a Turquia tem vindo a levar a cabo uma ofensiva. O aparelho terá sido abatido por «grupos populares» enquanto realizava um ataque na aldeia de Qadde, informa a SANA.
Condenação internacional
A violação da integridade territorial da Síria e os ataques israelitas foram já condenados por vários governos da região, como do Irão e do Líbano. Também de Moscovo chegou a condenação da ofensiva israelita e o compromisso com a defesa da integridade territorial da Síria, através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Através do seu porta-voz, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou este sábado, na sequência dos ataques aéreos israelitas, a um imediato apaziguamento da situação na Síria.
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