A paralisação em causa foi avançada pelos trabalhadores como resposta à intransigência da empresa, que recusou negociar eventuais aumentos salariais. No entanto, ao que o AbrilAbril apurou, perante a greve, a administração comprometeu-se já hoje a realizar uma reunião negocial a 2 de Março.
António Grilo, dirigente do Sindicato de Cerâmicas da Região Centro (CGTP-IN), disse ter sido apresentado um «caderno reivindicativo à empresa, que inclui aumento de salários para 2018, melhores condições de trabalho e a passagem de trabalhadores precários a efectivos, mas quando chegámos para negociar a administração comunicou que os aumentos estavam fora de questão».
Durante a manhã, o secretário-geral da CGTP-IN esteve junto das dezenas de trabalhadores reunidos à porta da fábrica, tendo afirmado tratar-se de uma reivindicação justa devido os salários baixos.
«Ao longo dos anos, quando [a empresa] teve problemas, foram os trabalhadores que se sacrificaram (...) , foram eles que suportaram a empresa e, agora, num quadro em que tem lucros, o que se justifica é que valorize aqueles que produziram riqueza, que são os trabalhadores», afirmou.
Além disso, acrescentou, «o desenvolvimento do país e, particularmente, desta empresa (...) tem, acima de tudo, de valorizar os trabalhadores, melhorar os seus salários, (...) porque estamos a falar de pessoas com vencimentos muito perto do salário mínimo, na ordem dos 600 euros».
A Dominó, uma empresa com três unidades de produção em Condeixa-a-Nova, que exporta 60 a 65% da sua produção, facturou 15 milhões de euros em 2016, ano em que regressou aos lucros, depois de vários anos em reestruturação.
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