De Guindos foi indicado para o cargo que vai ser deixado vago pelo português Vítor Constâncio pelo Eurogrupo, na sua reunião de ontem. O ministro espanhol, que tinha lugar até agora nos encontros dos ministros das Finanças da zona euro, recolheu o apoio unânime dos seus pares.
O ministro espanhol ocupa a pasta das Finanças desde o primeiro governo de Rajoy e já com Aznar tinha sido secretário de Estado. No PP espanhol. é visto como um dos protegidos de Rodrigo Rato, vice-presidente dos governos de José Maria Aznar, que foi condenado a quatro anos e meio de cadeia por utilização indevida de cartões de crédito como administrador de dois bancos que viriam a receber chorudas ajudas do Estado. Como ministro, de Guindos comprometeu mais de 120 milhões de euros de dinheiros públicos para salvar bancos privados.
De caçador de ovos a guarda do galinheiro
No intervalo entre as suas duas passagens pelo governo espanhol, Luis de Guindos foi membro do conselho mundial do Lehman Brothers e presidente da sua filial em Espanha e Portugal, de acordo com o elplural.com. Esteve no gigante da especulação financeira até à sua estrondosa queda, em 2008, envolvido em práticas fraudulentas e que acentuou a crise económica e financeira que já se fazia sentir.
Após a falência do Lehman Brothers, o novo vice-presidente do Banco Central Europeu transferiu-se rapidamente para a divisão financeira da PriceaterhouseCoopers e encontrou lugares de topo em empresas como a energética Endesa. Foi ainda contratado para dar aulas numa universidade em Navarra, propriedade do Opus Dei – organização com que mantém ligações, ainda que não seja conhecido o seu alcance.
Processo deve ficar fechado até final de Maio
Para que a decisão de ontem seja tornada definitiva, o nome de Luis de Guindos ainda tem de ser ratificado formalmente pelos ministros das Finanças da União Europeia, pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho de Governadores do Banco Central Europeu.
O mandato de Vítor Constâncio, o antigo governador do Banco de Portugal que acompanhou a falência do BPN e do BPP, termina a 31 de Maio.
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