As cerimónias oficiais para assinalar o 42.º aniversário da criação da RASD decorreram, ontem, no distrito de Samra, nos territórios ocupados do Saara Ocidental, contando com a participação de mais de 20 delegações estrangeiras e de autoridades saarauís, incluindo o chefe de Estado, Brahim Ghali.
Na sua intervenção, Ghali destacou «a capacidade do povo saarauí para ultrapassar as circunstâncias», bem como a sua «consciência e responsabilidade, que permitiram consolidar a construção do Estado, apesar das condições do exílio», indica o Sahara Press Service (SPS).
Neste sentido, o chefe de Estado enalteceu os «sacrifícios» e a «resistência pacífica» do povo saarauí nos territórios ocupados, no Sul de Marrocos, nas universidades, «face à repressão, brutalidade e cerco do Estado marroquino ocupante».
«Alertamos as Nações Unidas e o mundo para as consequências das políticas perigosas seguidas pelo Estado ocupante contra cidadãos saarauís indefesos, em geral, e contra defensores dos direitos humanos e presos políticos, em particular», sublinhou, acrescentando que tais políticas constituem um «novo capítulo do genocídio sistemático cometido por Marrocos desde a invasão militar do país, em 31 de Outubro de 1975».
«Uma realidade irreversível»
Para além da denunciar a repressão e a ocupação, a intervenção de Brahim Ghali deixou transparecer também elementos positivos, sublinhando que o 42.º aniversário da sua existência representa «a consolidação do Estado saarauí no terreno». Este é hoje «uma realidade irreversível a nível nacional, continental e internacional», afirmou.
Referindo-se ao regresso de Marrocos à União Africana (UA), o secretário-geral da Frente Polisário disse que Marrocos deve entender que «a sua adesão» à UA, ao lado da RASD, «é em si mesmo um reconhecimento da inegável realidade saarauí».
O presidente da República Árabe Saarauí Democrática disse ainda que o seu país está preparado para «iniciar negociações directas com o seu vizinho Reino de Marrocos, para solucionar o conflito», exigindo para tal que sejam aplicadas as resoluções que, sobre o conflito, foram aprovadas ao nível africano e internacional, «especialmente as que se relacionam com o direito dos povos à autodeterminação e à independência, bem como ao respeito pelas fronteiras herdadas após a colonização».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui