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Empresa da Cofaco recebeu fundos para nova fábrica que não produz

A denúncia foi feita pelo Sintab ao Ministério da Economia, que acusa a South Atlantic, empresa do grupo Cofaco, de ter recebido fundos para uma fábrica com 150 trabalhadores, mas só tem dez.

A Cofaco é a proprietária da marca Bom Petisco
CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

Numa carta ao Ministério da Economia, enviada esta quarta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN) voltou a denunciar as irregularidades dentro desta unidade fabril, criada em 2016.

 A conserveira South Atlantic, do grupo Cofaco, recebeu fundos comunitários para investir numa nova fábrica em Peniche e criar 150 postos de trabalho, mas está reduzida a 10 trabalhadores, depois de ter dispensado cerca de 50 em Abril, e sem qualquer produção.

«A empresa iniciou a sua actividade em Maio de 2016, recebendo na altura avultadas verbas de fundos comunitários e nacionais, assumindo o propósito de criar 150 postos de trabalho. No entanto, hoje apenas emprega 10 trabalhadores com contratos precários», acusa o sindicato.

Mariana Rocha, dirigente do Sintab, em declarações à Lusa, citadas pelo DN, afirmou na altura, a 30 de Abril, que a fábrica «está a despedir trabalhadores», estando reduzida a 10 operários dos 60 com que iniciou a laboração. «Os trabalhadores que lá se mantêm estão sem trabalho, pelo que a empresa fica praticamente inactiva, e não há motivo para uma empresa nova estar sem laborar e sem produzir», acrescentou.

Em 2015, a empresa do grupo Cofaco recebeu 2,9 milhões de euros de fundos comunitários do Programa Operacional das Pescas PROMAR (2007-2013) para a nova fábrica de Peniche, num investimento de sete milhões de euros.

«A empresa tem de estar a laborar durante cinco anos, mas estando a despedir trabalhadores e sem laborar, poderá ter de devolver o dinheiro do financiamento», alertou Mariana Rocha.

O Sintab teme que o grupo Cofaco avance em Peniche para uma estratégia idêntica à que adotou na Figueira da Foz ou no Algarve, com a venda de fábricas a outros accionistas. Na ilha do Pico, nos Açores, a empresa também anunciou o fecho de uma fábrica, estando as trabalhadores em luta.

«É um bom negócio receber 50% de fundos comunitários para o investimento e, depois, vender e receber o dobro do que investiu e, sendo instalações novas, o negócio é apetecível para qualquer investidor», frisou a dirigente.

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