A denúncia partiu da Ordem dos Médicos e do Sindicato Independente dos Médicos, esta quarta-feira.
«Segundo um despacho interno, a radiologia e neuro-radiologia, entre as 0h e as 8h, vão ter técnicos a efectuar os exames, que depois vão ser avaliados por um médico via telemedicina. Durante este período não estará um radiologista no local», disse à Lusa Alexandre Valentim Lourenço, do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos.
Para o representante da Ordem, que na noite de ontem efectuou uma visita ao Hospital de São José, trata-se de uma decisão «impensável de ser tomada», num hospital que tem uma das maiores urgências do País.
«Este é um hospital de fim de linha, que recebe doentes de outros locais quando estes não têm capacidade de resposta. É impensável mandar os exames para uma empresa no exterior e este facto pode causar graves distúrbios», alertou.
Alexandre Valentim Lourenço espera que esta situação seja resolvida e salientou que, nas conversas que manteve, percebeu que «os colegas estão muito preocupados».
«O hospital fica sem uma das suas principais armas de diagnóstico. Muitas vezes, a análise efectuada aos exames entre o médico e o médico radiologista levam a decisões que podem salvar vidas», frisou.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM), em comunicado, também condena a situação prevista, salientando que pode «pôr em risco os doentes e a potenciar a possibilidade de erro médico».
O SIM alerta ainda para o facto de não estar no local um médico radiologista para «supervisionar a execução dos exames e avaliar clinicamente o doente», considerando «escandaloso que seja candidamente assumido pela Direcção do Serviço de Radiologia do Hospital de São José essa ausência de recursos humanos médicos durante a noite».
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