A garantia foi dada hoje à Lusa por uma fonte da Comissão de Trabalhadores (CT), que afirma que os visados pelo despedimento colectivo vão contestar a medida em tribunal, garantindo não lhes terem sido apresentadas alternativas de mobilidade interna, conforme argumentado pela Efacec.
«Os trabalhadores estão destroçados psicologicamente, mas vão seguir para tribunal e continuar a lutar pelos postos de trabalho», afirmou a fonte, segundo a qual a posição dos funcionários abrangidos «foi sempre a mesma: manter o seu posto de trabalho nunca recusando qualquer tipo de mobilidade interna».
Recordamos que no mês passado a Efacec anunciou o despedimento colectivo, a pretexto da «falta de trabalho» e que os trabalhadores recusaram «soluções de mobilidade e rescisões por mútuo acordo». A decisão surgiu semanas depois de o presidente da Efacec ter afirmado na Assembleia da República que tal não ia acontecer e que até contavam contratar mais de 700 trabalhadores. Entre os visados estão vários membros da CT.
A CT garantiu que a medida tem cariz de retaliação, face ao papel destes contra os despedimentos encapotados e as chamadas «listas», e que a posição da empresa foi de «intransigência durante todo o processo», sendo «as alternativas apresentadas a rescisão do contrato ou o despedimento coletivo».
«O medo impera na Efacec, os representantes dos trabalhadores estão a ser constantemente vigiados e é um ambiente indescritível», acrescentou.
De acordo com a fonte, o processo de despedimento coletivo foi dado «como concluído» pela administração da empresa no passado dia 4 de Junho, sendo que «nenhum dos trabalhadores envolvidos aceitou» a medida, já que «sempre acharam que a Efacec tinha possibilidade de os realocar noutras unidades de negócio».
«Para a comunicação social a administração diz que os trabalhadores recusaram as alternativas que lhes foram propostas, que não quiseram sequer ouvi-las e que está disposta a realocá-los, quer é que eles conversem com ela», sustenta a CT, garantindo, contudo, que tal não corresponde à verdade.
Segundo os representantes dos trabalhadores, «algumas das bandeiras desta administração» são a «transparência, ética, responsabilidade social», mas «tudo isto contraria o que se vive» na empresa: «Existe falta de informação, não fornecem as actas das reuniões, há pressões, acção persecutória e chantagem.»
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