A discussão e aprovação da proposta aconteceu numa reunião privada da autarquia, no dia 11 de Junho, com a CDU a frisar de seguida que o acto «até podia ser entendível se o actual Executivo não afirmasse em todas as reuniões que todas são públicas» e que «não existe discussão de bastidores».
«Será porque os trabalhadores não conheciam absolutamente nada sobre a mesma?», interroga a coligação numa nota.
Para os eleitos da CDU, «não é aceitável» que, tendo a oportunidade de repor a estrutura da Câmara Municipal, depois de «"estupidamente" reduzida por imposição legal» no período da troika. Uma medida responsável por «graves prejuízos ao serviço público», designadamente na relação da autarquia com os seus munícipes.
19 000
Durante três anos, a troika obrigou as câmaras a cortar o número de trabalhadores. No total, foram cerca de 19 mil funcionários.
Inaceitável também, sublinham, que esse «desperdício de oportunidade» seja justificado com questões financeiras, numa altura em que o Executivo «recorre a assessorias várias para manter o trabalho dessa estrutura inexistente».
A proposta, aprovada por recurso ao voto de qualidade do presidente, mereceu a abstenção do PSD e os votos contra da CDU. Além da primeira justificação, os eleitos da coligação PCP-PEV recusam que os serviços operacionais de manutenção da cidade e dos equipamentos municipais «fiquem reduzidos a montarem festas e festinhas».
Além destes, censuram o fim dos departamentos da Gestão Financeira e o do Desenvolvimento Sociocultural, assim como a retirada do Ambiente do Planeamento e Ordenamento do Território, não aceitando que o Gabinete da Juventude passe a integrar primeiro o termo «empreendedorismo».
As críticas recaem ainda sobre o facto de a «participação» estar ausente do documento. «A participação, instrumento essencial para o aprofundamento da democracia, instrumento fundamental para uma construção mais equilibrada e justa, deixou de existir na Câmara Municipal do Barreiro», concluem.
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