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Fectrans: Carris volta atrás em acordo e interfere em autonomia sindical

Após ter marcado como concluído o processo negocial, a administração da Carris quer impor uma cláusula para cobrar uma taxa a trabalhadores não sindicalizados. Protesto está marcado para 24 de Julho.

A CarrisBus tem como principal actividade a manutenção e reparação de veículos pesados de passageiros, bem como de carros eléctricos
Créditos / CGTP-IN

A situação de ingerência é relatada num comunicado conjunto do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN) e da Federação Nacional de Transportes e Comunicações (Fectrans).

A Fectrans explica que a situação decorre do processo negocial no qual as partes acordaram o texto final do Acordo de Empresa (AE). Este foi depois enviado pela Carris, para apreciação, o qual foi aprovado em plenário pelos trabalhadores, faltando só mesmo assinar o documento.

Porém, após o sindicato ter comunicado o resultado, a Carris passou a exigir a introdução de matérias não negociadas no texto final. Nomeadamente, uma cláusula que prevê que a adesão dos não sindicalizados ao novo AE só seja possível com um pagamento destes aos sindicatos no valor de 0,4% do salário ilíquido. Algo que o STRUP diz desvirtuar o intuito «de que todos os trabalhadores tenham um acordo de empresa».

Em comunicado, a Fectrans afirma que «os trabalhadores têm o direito a aderir ao AE que entenderem, sem qualquer imposição de qualquer pagamento, classificando a sua introdução como «um problema artificial que a administração, ao serviço de interesses alheios, pretente criar» para bloquear a assinatura do acordo, além de que a sua insistência constitui uma «intromissão, ilegal, na vida dos sindicatos».

A estrutura sindical acrescenta: «porque respeitamos o resultado da negociação e os acordos que fazemos, vamos prosseguir a nossa luta para podermos assinar aquilo que os trabalhadores aprovaram​​​​​​».

A Fectrans anuncia ainda a convocação de uma concentração de protesto para dia 24 de Julho, em frente à Câmara Municipal de Lisboa, onde será entregue o texto assinado, exigindo que a instituição pressione junto da administração da Carris para que assine o acordo combinado.

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