Os tripulantes de cabine da transportadora aérea Ryanair cumprem hoje o último de dois dias de uma greve europeia, que abrange Portugal, Espanha, Bélgica e Itália.
«Posso confirmar que sete dos voos planeados no Porto foram cancelados, em Faro foram todos cancelados, ou seja, sete em sete, e em Lisboa estão três cancelados dos cinco planeados», afirmou à Lusa o dirigente sindical Bruno Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
De acordo com Bruno Fialho, até às 8h45 de hoje estavam cancelados cerca de 75% dos voos, sendo que ontem foram cancelados 65% das viagens áreas.
No plano europeu da greve, face à expectativa de uma forte adesão, a Ryanair decidiu cancelar antecipadamente voos, um número que em Espanha deverá chegar aos 400 e na Bélgica e em Portugal aos 200. Em Itália, dados sindicais apontam para 134 voos cancelados.
Os trabalhadores exigem a aplicação das leis laborais nacionais, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que esta retire os processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.
Além disso, exigem o fim dos abusos e práticas de repressão da Ryanair, entre os quais a violação do direito à greve, tais como substituições de trabalhadores em greve com colegas de bases estrangeiras, como também os despedimentos retaliatórios ou processos disciplinares sobre quem fez greve.
Em antecipação à greve, a Ryanair enviou um formulário aos tripulantes de cabine a pretexto de «minimizar os transtornos para os nossos clientes», decorrentes da greve conjunta a 25 e 26 de Julho. No email, além de tentar coagir os trabalhadores, a empresa perguntava se tencionavam aderir ou não à greve e, indo mais além, colocava uma outra opção no questionário para quem não esteja escalado: se desejava ser voluntário para trabalhar.
A decisão de partir para a greve foi tomada a 5 de Julho numa reunião em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus, no seguimento dos «processos disciplinares da Ryanair que puniram apenas aqueles que fizeram a greve em Portugal e os tripulantes de outros países que se recusaram a participar nas exigências ilegais para substituir os trabalhadores em greve».
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