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Sindicato denuncia ameaças aos tripulantes que fizeram greve

A carta da Ryanair a ameaçar com represálias os tripulantes de cabine que fizeram greve foi entregue pelo sindicato à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e ao Ministério do Trabalho.

CEO da Ryanair, Michael O'Leary
A administração da Ryanair, liderada por Michael O'Leary, é acusada de cometer um conjunto de ilegalidades nas últimas greves dos tripulantes de cabineCréditosChema Moya / EPA

Em declarações à Agência Lusa, a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, criticou a acção intimidatória da Ryanair para com os trabalhadores que aderiram à greve nos passados dias 25 e 26 de Julho.

Numa carta dirigida aos trabalhadores, a empresa referiu que não serão pagos vários componentes do salário, incluindo bónus de produtividade, e que a adesão à greve será «levada em conta, tal como outros factores relevantes de desempenho, em avaliações para oportunidades de promoções e de transferências».

«Na Ryanair, fazer greves tem algum tipo de consequências, estar doente tem consequências, não vender raspadinhas tem consequências, querer tirar licença tem consequências para tripulantes. Aparentemente só não há consequências para a administração», criticou Luciana Passo.

A dirigente sindical assegurou à Lusa que as autoridades quiseram já esclarecer algumas questões sobre planeamento de escalas e que durante os dias de greve marcaram presença nos aeroportos de Portugal Continental.

A Ryanair tem estado envolvida, em Portugal, numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no período da Páscoa. A empresa admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve, algo que é ilegal no nosso País.

A decisão de partir para a greve europeia na semana passada foi tomada numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis laborais nacionais e não as do seu país de origem, a Irlanda.

Com a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade e garantia de salário mínimo, e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.


Com Agência Lusa

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