México

As eleições que se celebram no México, consideradas históricas pela sua dimensão, têm interesse acrescido no caso da Presidência pela possibilidade de eleição do candidato que reivindica a «mudança».

A consultora de riscos Etellekt dá conta de 313 agressões contra políticos entre 8 de Setembro de 2017 e 26 de Maio de 2018. Mais de uma centena encontram-se sob ameaça e 102 foram assassinados.

A desigualdade, a pobreza extrema, a concentração da terra, a falta de democracia levaram à eclosão da chamada Revolução Mexicana, a 20 de Novembro de 1910. Mais de cem anos volvidos, estas lutas permanecem vivas no país azteca.

O México é considerado um dos países mais perigosos para o exercício da profissão. Em Maio, quando foi assassinado Javier Valdez, contabilizavam-se mais de cem jornalistas mortos desde o ano 2000. A situação foi debatida num encontro na Cidade do México.

De acordo com o semanário ZETA, o número de homicídios continua a aumentar sob a administração de Enrique Peña Nieto, tornando o actual governo «um dos mais violentos e inseguros da história contemporânea» do país azteca.

O número foi avançado pelo representante no México do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Jan Jarab, num encontro sobre «desaparecimentos forçados» que esta semana se realizou no estado de Guerrero.

Em Setembro de 2014, 43 estudantes desapareceram no México, país considerado o segundo mais violento do mundo, depois da Síria, de acordo com um relatório publicado em Maio deste ano. A Venezuela quis debater a questão na OEA, sem sucesso.

De acordo com a organização Artículo 19, desde 2000 mais de 100 jornalistas foram mortos no México, e 23 encontram-se desaparecidos. Javier Valdez Cárdenas, correspondente do «La Jornada» no estado de Sinaloa, é a vítima mais recente.

Um pouco por todo o país, têm-se registado acções de protesto contra o aumento do preço dos combustíveis – até 20% –, que entrou em vigor no dia 1. Partidos, sindicatos e outras organizações alertam para as consequências socioeconómicas da medida.

A CNTE e a Secretaria da Governação do México reúnem-se na próxima terça-feira, apesar das agressões sofridas pelos docentes no estado de Chiapas e das fortes acusações feitas pela central sindical.

Foi agendada para hoje a primeira das três mesas de negociação acordadas entre o governo mexicano e a Coordenadora Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), que luta contra a implementação da reforma educativa.

Os docentes filiados na CNTE continuam a protestar em diversos pontos do país contra a reforma educativa implementada pelo governo mexicano. Em simultâneo, exigem ao Senado que dialogue.

Os professores continuam unidos e mobilizados, apesar da forte repressão policial que sofreram este domingo, 19, no Sul do México.

Forças policiais atacaram, este domingo, docentes que protestavam contra uma reforma educativa do governo mexicano, no estado de Oaxaca. Fontes estaduais confirmaram a existência de nove mortos.