O processo «implicará a cessação de 26 contratos de trabalho e fundamenta-se em motivos de mercado e estruturais, mais precisamente na redução da actividade da empresa e na consequente necessidade de proceder à reestruturação da sua organização produtiva», invoca a Cofina Media.
O despedimento afecta a área do tratamento de imagem, onde serão extintos cinco postos de trabalho, abrange ainda cinco revisores, quatro jornalistas, quatro documentalistas, um fotojornalista e um coordenador geral de fotografia. Serão ainda extintos postos de trabalho na direcção comercial.
A Cofina registou 5,5 milhões de euros em lucros recorrentes no ano passado, apesar de esse valor constituir uma quebra de 23% face a 2019. Já as receitas totais da CMTV ascenderam a 15,53 milhões de euros, uma subida de 5% face a 2019.
Recorde-se que o grupo Cofina foi o terceiro a ser apoiado pelo Estado no âmbito dos apoios à comunicação social devido à crise pandémica, tendo recebido 1,7 milhões de euros.
Na comunicação enviada aos 26 trabalhadores abrangidos pelo despedimento colectivo, a empresa destaca a «profunda crise que afecta o sector» e refere que o grupo Cofina tem vindo a perder volume de negócios, tanto nas vendas de produtos como nas vendas de publicidade.
O PCP apresentou um projecto de lei de apoio à comunicação social, nomeadamente às rádios locais, imprensa local e regional, LUSA, RTP, e de salvaguarda dos direitos dos trabalhadores do sector. No preâmbulo do projecto, os comunistas justificam esta iniciativa com a necessidade de defender os «direitos laborais dos profissionais da comunicação social, bem como para garantir que a RTP, a Lusa e a comunicação social local e regional» tenham condições para o «cumprimento das suas funções». Chamam também a atenção para o facto de a realidade sentida no sector da comunicação social, em tempos de epidemia, não estar desligada dos problemas estruturais que afectam o sector, nomeadamente a concentração da propriedade de órgãos de comunicação social, de plataformas de media e diferentes formas de produção e divulgação de conteúdos, «num punhado de grupos económicos». Concentração essa que, segundo o PCP, por um lado, agrava os problemas dos trabalhadores do sector, «sujeitos a constantes processos de “reestruturação”» e, por outro, «faz crescer, para os maiores destes grupos, o volume de negócios, os lucros acumulados e as novas concentrações de propriedade», permitindo que estes usem «o poder económico de que dispõem e os meios dos quais são proprietários para produzirem os conteúdos mais convenientes à sua lógica de mercado». Um poder que lhes permite divulgar ou não a informação, conforme os «seus interesses económicos, políticos e ideológicos». Por fim, os comunistas consideram que a «defesa do pluralismo, das liberdades de imprensa, de expressão e de informação, é inseparável da valorização dos jornalistas e de todos os profissionais do sector e do combate à concentração da propriedade dos meios de comunicação social». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
Medidas excepcionais de apoio à comunicação social
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No documento, a Cofina Media recorda que já em 2017 tinha feito uma «profunda reestruturação» que afectou as redacções das várias publicações, que levou à cessação de 100 contratos de trabalho, entre rescisões por mútuo acordo e despedimento colectivo.
A Cofina Media, que em Março contava com 656 trabalhadores, detém várias publicações, entre elas, o Correio da Manhã, o Record, o Jornal de Negócios, a revista Sábado e a TV Guia, sendo ainda «dona» da CMTV.
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