Arrancou hoje o roteiro contra a precariedade

A CGTP-IN deu hoje início, em Setúbal, à iniciativa «roteiro contra a precariedade», que terá diversas acções por todo o País, e está inserida na Campanha Nacional contra a Precariedade da central sindical.

O «roteiro contra a precariedade» iniciou-se hoje com um desfile em Setúbal
Créditos / União dos Sindicatos de Setúbal

Dos dias 13 a 17 de Março, a CGTP-IN terá acções em vários locais e empresas do País, com o objectivo de denunciar o problema da precariedade e lutar por um modelo de desenvolvimento do País «que aposte na estabilidade e segurança no emprego, numa justa retribuição, na valorização das profissões, das competências e qualificações e que garanta aos jovens trabalhadores um presente e um futuro dignos do seu País». São ainda avançados vários dados: a precariedade laboral afecta mais de 1,2 milhões de trabalhadores e os trabalhadores com vínculo precário recebem salários entre 30% e 40% mais baixos dos que os trabalhadores com vínculo efectivo «e têm maior probabilidade de ficar desempregados e de não ter direito a protecção social no desemprego»

A CGTP-IN continua a exigir que a cada posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efectivo, o reforço da fiscalização da Autoridade para as Condições de Trabalho, um mais célere funcionamento dos tribunais de trabalho e o agravamento das penalizações para o trabalho ilegal e clandestino e para o trabalho não declarado.

O roteiro começou hoje em Setúbal

A União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN, para dar início ao «roteiro contra a precariedade», organizou hoje uma concentração e um desfile contra a precariedade, da Avenida Luísa Todi até ao Largo da Fonte Nova.

Na chegada ao Largo da Fonte Nova foi efectuada uma evocação à luta dos operários conserveiros em 1911, luta essa que ficou conhecida pelos «Fuzilamentos de Setúbal» pois resultou na morte de Mariana Torres e António Mendes pela GNR, dois jovens operários conserveiros em greve que lutavam pelo aumento em mais 10 réis por cada hora diurna e por menos horário de trabalho.

A União dos Sindicatos de Setúbal lembra que passaram a efectivos, «por força da luta», já no primeiro trimestre de 2017, 51 trabalhadores da Petrogal, 42 do Arsenal do Alfeite, 35 da GE/Alstom e 11 da Autoneum.

A estrutura sindical luta contra a utilização de trabalhadores em Contrato de Emprego e Inserção, «pois estes trabalhadores estão a ocupar postos de trabalho permanentes». Denuncia também a utilização abusiva de vínculos temporários, como é o caso do Hospital de São Bernardo e do Litoral, que se preparam para despedir mais de 100 trabalhadores (auxiliares e enfermeiros) que estão contratados desde Janeiro de 2016.

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