Os trabalhadores da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) aguardavam uma alteração da posição do Conselho de Administração até à passada quinta-feira. Uma nova proposta foi entregue na sexta-feira, dia 7, mas pretendia impor contrapartidas, assumindo, segundo comunicado dos trabalhadores, uma «atitude de chantagem». A greve, que está a ter uma elevada adesão, manter-se-á até dia 14.
Em declarações ao AbrilAbril, Hélder Pires, dirigente da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN), afirmou que os trabalhadores continuam disponíveis para negociar mas não antes de ser aceite o aumento salarial, «igual para todos, sem contrapartidas».
Acrescentou que o Conselho de Administração pretende «exigir mais produtividade pondo em causa direitos laborais e desregulando horários», fazendo os aumentos salariais depender da aceitação destas medidas, atitude que os trabalhadores consideram inaceitável visto que estão há quase uma década sem aumento salarial.
Quanto aos impactos da greve, no Porto a livraria está encerrada e espera-se uma maior adesão na sexta-feira. Em Lisboa, a adesão à greve já é bastante significativa e tem afectado várias secções, nomeadamente a emissão de passaportes, selos de tabacos, cartas de condução e cartões de cidadão.
Hélder Pires frisou ainda que, perante os muitos turnos comprometidos, grande parte do trabalho está a depender dos trabalhadores com vínculos precários, que continuam a ser sujeitos a uma maior pressão e a viver situações de grande instabilidade. No caso dos balcões de atendimento, a substituição dos trabalhadores em greve levou o sindicato a apresentar uma queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
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