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CGD «insiste em não aplicar» aumento de 1%

Apesar dos lucros de quase bilião e meio de euros, combinando resultados de 2022 e do primeiro semestre deste ano, a Caixa falou de sustentabilidade para recusar aumento de 1%, diz sindicato. 

CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

A denúncia foi tornada pública pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), após reunião de conciliação com o banco público para discutir o aumento intercalar de 1% que a administração se recusa a aplicar.

A actualização foi decidida pelo Governo, em resultado das reivindicações dos trabalhadores, como forma de atenuar a degradação das condições de vida, resultante da subida da inflação. «Ora, se no caso da Administração Pública, este aumento de 1% é um facto, já no que se refere às Empresas do Sector Empresarial do Estado, onde a CGD se insere, este aumento surge sob a forma de recomendação», critica o sindicato numa nota à imprensa. 

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Trabalho suplementar na CGD «não é registado nem pago»

O STEC vai manter a greve ao trabalho extraordinário até 14 de Abril, já que, denuncia, «não é registado nem pago», apesar de ser «realizado diariamente de forma massiva por milhares de trabalhadores».

Sede da Caixa Geral de Depósitos 
Créditos / tecnoplano.pt

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) volta a renovar a greve às horas extraordinárias pela implementação do controlo do horário através do registo electrónico.

Num comunicado, a organização mais representativa dos trabalhadores do Grupo CGD denuncia que, apesar de o sistema de registo informático estar operacional, a administração insiste na utilização do papel para o registo de ponto nas agências, «não garantindo o reconhecimento de todo o trabalho prestado e contrariando o estabelecido no Acordo de Empresa».

Para o STEC, a manutenção desta «prática irresponsável», traduzida num gasto anual «completamente desnecessário», de milhares e milhares de folhas de papel nas mais de 500 agências, deve-se ao facto de o registo informático facilitar o controlo do trabalho suplementar, «que não é registado nem pago e é realizado diariamente de forma massiva na empresa por milhares de trabalhadores».

Alerta, por outro lado, que esta posição «é completamente contrária» ao que o banco público estipula nos seus relatórios e contas, «quando diz que pretende apoiar a "transição para uma economia de baixo carbono" com a aposta no "verde e no sustentável", bem como na promoção do digital».

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Na reunião realizada no Ministério do Trabalho, a pedido do STEC, a Caixa Geral de Depósitos, «sem quaisquer condições para negar a indesmentível onda de lucros, que se traduzem em quase um bilião e meio de euros, se considerarmos os resultados de 2022 e do primeiro semestre de 2023, optou por basear a sua recusa numa atitude de prudência relativamente aos aumentos salariais, argumentando que no futuro estes se poderiam tornar insustentáveis», revela a estrutura sindical.

A atitude por parte da administração da Caixa foi caracterizada pelo STEC como «desfaçatez» e «imoralidade [...] descarada», tendo em conta a desigualdade na distribuição da riqueza gerada pelo banco público. Por outro lado, salienta que a «prudência» relativamente ao aumento intercalar dos trabalhadores não se verificou ao nível das remunerações da administração da CGD, que em 2022 cresceram na ordem dos 37%. 

O sindicato alerta para a urgência de se melhorarem salários e pensões de reforma no nosso país, que em termos remuneratórios se vai afastando cada vez mais da média da União Europeia, salientando que o crescimento económico de Portugal «não pode assentar numa política de baixos salários».

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