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Salário mínimo na CGD é de 876 euros, diz sindicato

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) esclarece que o salário mínimo no banco público situa-se nos 876 euros brutos, e não nos 1359 euros avançados pela administração liderada por Paulo Macedo. 

Sede da Caixa Geral de Depósitos 
Créditos / tecnoplano.pt

«Dado que não existem trabalhadores nos níveis 1 e 2, então deve considerar-se que, actualmente, o salário mínimo na Caixa Geral de Depósitos (CGD) é a remuneração indicada para o nível 3 – 876 euros brutos», afirma o STEC num comunicado enviado hoje ao AbrilAbril. 

Quanto à informação avançada pela administração do banco na passada sexta-feira, de que anunciou teria aumentado o salário mínimo aos seus trabalhadores dos quadros para 1359 euros e que o vencimento médio ascendia a 2462 euros, considera que se trata de uma «grosseira mistificação da realidade».

Segundo o sindicato, todos os que trabalham ou trabalharam na CGD «sabem, infelizmente, que esta notícia não traduz a verdade dos factos», tendo apenas como objectico criar a «ideia de que o trabalhador da CGD é um privilegiado».

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Maiores bancos aumentam os lucros com menos trabalhadores e agências

Os cinco maiores bancos em Portugal fecharam 240 agências e despediram 1474 trabalhadores no último ano, tendo registado, no primeiro semestre de 2021, lucros de 708,4 milhões de euros.

Depois do encerramento de balcões, a redução do horário de atendimento é mais um passo na degradação do serviço prestado pelo banco público
CréditosTiago Henrique Marques / Agência Lusa

No primeiro semestre deste ano, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI, Santander Totta e Novo Banco têm menos 240 balcões em Portugal face ao mesmo período de 2020. No final de Junho do ano passado, os bancos contavam em conjunto com 2343 agências, vendo esse número reduzido num ano para 2103.

A meio deste ano, o BPI contava com 386 agências, a CGD com 543, o Santander Totta com 368, o Novo Banco com 348 e o BCP com 458.

Já quanto a trabalhadores, a redução foi de 1474 pessoas nos cinco maiores bancos a operar em Portugal. No final de Junho de 2020, estas instituições contavam, de forma agregada, com 29 701 trabalhadores, e um ano depois esse número caiu para 28 227, confirmando a tendência dos últimos anos.

No final do semestre, em Portugal, a CGD contava com 6515 trabalhadores, o Santander Totta com 5765, o BCP com 6937, o BPI com 4562 e o Novo Banco com 4448.

Encerramentos e despedimentos garantem lucros

Por outro lado, estes bancos registaram, no primeiro semestre, um lucro agregado de 708,4 milhões de euros.

Na segunda-feira, o Novo Banco anunciou lucros de 137,7 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, depois dos consistentes prejuízos registados desde a sua fundação, em 2014.

Na semana passada, os restantes quatro maiores bancos anunciaram os seus resultados semestrais.

A CGD registou o maior lucro entre os cinco maiores bancos, com 294 milhões de euros no primeiro semestre, depois de 249 milhões de euros em igual período do ano passado.

O segundo maior valor veio do BPI, com 183 milhões de euros de lucro, que comparam com os 43 obtidos nos primeiros seis meses de 2020.

Em quarto lugar, depois dos lucros do Novo Banco que o colocam no terceiro lugar da tabela dos resultados líquidos positivos, esteve o Santander Totta, com um lucro de 81,4 milhões de euros no primeiro semestre, que compara com 172,9 milhões obtidos no mesmo período de 2020.

Por fim, o BCP lucrou 12,3 milhões de euros, muito impactado pelos prejuízos de 112,7 milhões de euros na operação polaca, quando tinha lucrado 76 milhões de euros no primeiro semestre de 2020.

Nos primeiros seis meses de 2020, os cinco maiores bancos portugueses tinham registado um prejuízo agregado de 14,4 milhões de euros, devido aos resultados negativos do Novo Banco (555,3 milhões de prejuízo).


Com agência Lusa

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«O presidente da CE [comissão executiva] quer fazer crer que o acordo de empresa em vigor na CGD é altamente favorável para os trabalhadores, como se tal constituísse um enorme delito, procurando passar a ideia que aquele que trabalha e exerce funções mais ou menos indiferenciadas deve receber o mínimo possível, sendo condenado eternamente a uma situação de penúria», sustenta.

Segundo o sindicato, «se a administração da CGD divulgar os seus honorários mensais e anuais, algo que, por certo, a opinião pública gostaria de saber», é possível «que se chegue a essa conclusão», já «esta é a administração mais bem paga de toda a história da CGD». Diz, no entanto, que «transferir para os trabalhadores o ónus do aumento das comissões, para garantir o pagamento dos seus "principescos salários", não é sério».

O STEC esclarece também que «um órgão noticioso ainda admitia que o valor chamado de salário mínimo incluía o valor do subsídio de almoço», mas que tal «obviamente não é correcto», porque o salário mínimo «não integra o subsídio de almoço e o subsídio de almoço não é pago 14 vezes por ano, nem tem o mesmo valor mensal».

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